Os 55 gols que foram decisivos para a conquista dos títulos da Liga dos Campeões da Europa, do Campeonato Alemão e da Copa da Alemanha pelo Bayern de Munique na temporada passada.
É com esse cartel que o atacante polonês Robert Lewandowski participa nesta quinta-feira do The Best, organizado pela Fifa, com a busca por um feito raro: superar Messi e Cristiano Ronaldo na disputa pelo prêmio de melhor jogador do mundo.
A cerimônia está marcada para as 15 horas (de Brasília) desta quinta-feira, a partir da sede da entidade em Zurique, sendo remota em função da pandemia do coronavírus.
De 2008 para cá, apenas o croata Modric em 2018 impediu a predominância dos dois craques – são seis prêmios para o argentino e cinco para o português.
Agora, então, Lewandowski tentará se tornar o primeiro finalista do Bayern nesse período hegemônico de Messi e Cristiano Ronaldo a ser eleito o melhor do mundo, algo que não foi alcançado nem por Ribery, líder do time vencedor da Liga dos Campeões em 2013, ou Neuer, destaque da seleção alemã campeã da Copa em 2014.
Lewandowski é o favorito, tanto que levou o prêmio da Uefa, para o qual Messi e Cristiano Ronaldo nem foram finalistas – De Bruyne foi o segundo colocado, à frente de Neuer.
Mas aquela votação envolvia técnicos de clubes e representantes. Já o da Fifa, tem um júri diferente: além dos jornalistas, técnicos e capitães das seleções nacionais e torcedores.
Essa votação mais aberta costuma desequilibrar a disputa a favor dos craques badalados, mas os recordes alcançados por Lewandowski na última temporada impressionam.
O polonês fez mais gols do que jogos – 55 a 47 – e logo superou a barreira dos 200 gols pelo clube – são 264.
“Ninguém merece tanto quanto Robert”, disse o técnico do Bayern, Hansi Flick. “Estou muito feliz por tê-lo no meu time e não ter de jogar contra ele”, brincou Neuer.
O próprio Lewandowski, porém, tem sido mais cauteloso ao comentar as suas chances de ser escolhido o melhor do mundo, preferindo exaltar Messi. “Teremos de esperar 100 anos para que alguém como ele nasça”, disse o atacante de 32 anos.
Na última temporada, o polonês se tornou o primeiro jogador a marcar 10 vezes nas 6 primeiras rodadas do Alemão e a fazer gols nos 11 compromissos iniciais do torneio.
Também marcou quatro gols em menos de 15 minutos nos 6 a 0 sobre o Estrela Vermelha, pela Liga dos Campeões, torneio do qual foi artilheiro, com 15 em 10 duelos, um deles no histórico 8 a 2 sobre o Barcelona. Repetiu o feito no Alemão e na Copa da Alemanha.
E ao ser campeão e artilheiro europeu e dos torneios nacionais, igualou o feito alcançado por Cruyff no Ajax na temporada 1971/1972.
Premiado pela sétima vez pela Fifa em 2019, Messi começou a última temporada atrasado, por causa de lesões, entrando em campo pela primeira vez em 17 de setembro de 2019, depois a concluindo com 31 gols em 44 jogos pelo Barcelona.
E se tornou o primeiro jogador a fazer gols em 15 Liga dos Campeões seguidas. Também superou a barreira dos 50 gols de falta na carreira e dos 700 gols marcados por Barcelona e Argentina.
Com 25 gols e 21 assistências, foi o artilheiro do Espanhol, se igualando a Thierry Henry como único jogador com ao menos 20 gols e 20 passes decisivos em uma temporada nas 5 principais ligas europeias.
Também marcou 20 gols pela 12.ª edição seguida do Espanhol. Mas também sofreu a pior derrota da sua carreira, para o Bayern.
Expôs seu desejo de sair do Barcelona, mas recuou ao perceber que precisaria acionar a Justiça. “Eu nunca iria à Justiça contra o clube da minha vida”, disse o craque argentino, que não faturou títulos na última temporada.
Terceiro colocado na premiação da Fifa em 2019, Cristiano Ronaldo viveu, assim como Messi, uma temporada “normal” para os seus padrões, mas, evidentemente, com grandes feitos.
E ao menos uma imagem espetacular: saltou 2,58m, acima da altura do travessão, para marcar um gol pela Juventus, de cabeça, diante da Sampdoria.
Também fez gols por 11 jogos consecutivos no Campeonato Italiano, torneio no qual foi bicampeão – o time de Turim faturou a taça pela nona vez consecutiva -, e sendo o vice-artilheiro com 31 gols, uma quantidade que um jogador do clube não conseguia desde a temporada 1951/1952, além de ser o atleta mais velho a fazê-lo nas principais ligas nacionais europeias desde 1948. E com seus 37 gols em 46 jogos foi o maior artilheiro de uma temporada da Juventus.
OUTROS PRÊMIOS – Mesmo que Neymar não esteja entre os finalistas da disputa pela premiação de melhor do mundo, o Brasil estará representado por Alisson, em busca do prêmio de melhor goleiro pela segunda vez consecutiva.
Mas terá a forte concorrência de Neuer, além de Oblak, do Atlético de Madrid. Já o uruguaio Arrascaeta disputa o Prêmio Puskás com um gol de bicicleta marcado pelo Flamengo contra o Ceará pelo Campeonato Brasileiro de 2019.
Seus rivais são o compatriota Luis Suárez e o sul-coreano Son Heung-Min.
A briga pelo prêmio de melhor jogadora envolve duas campeãs europeias pelo Lyon, a francesa Wendi Renard e a inglesa Lucy Bronze, hoje no Manchester City, derrotando na decisão o Wolfsburg da dinamarquesa Pernille Harder, a outra concorrente, que agora está no Chelsea e foi premiada pela Uefa neste ano.
Os alemães Flick e Jürgen Klopp, do Liverpool, e o argentino Marcelo Bielsa, do Leeds, disputam o prêmio de melhor treinador de time masculino.
Já a disputa de melhor treinador de uma equipe feminina envolve a inglesa Emma Hayes, do Chelsea, o francês Jean-Luc Vasseur, do Lyon, e a holandesa Sarina Wiegman, que dirige a sua seleção nacional.
O período de avaliação para os concorrentes foi de 8 de julho de 2019 a 7 de outubro de 2020.