Desde que teve alta do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia do Acre (Into-AC), no dia 21 de dezembro, após tratamento da covid-19, o colunista social Vagno de Paula passou a ver a vida de outra maneira.
“Deus me mandou de novo e todos os dias vivo um aprendizado diferente. Hoje busco ser mais complacente e menos enfezado. Amar e perdoar mais. Parecem coisas pequenas, mas para mim são enormes. Ganhei outra vida”, comemora o também servidor público.
Vagno tem motivos para agradecer. Ele chegou a ser preparado para a UTI em três ocasiões, mas seu organismo conseguiu dar respostas positivas, fazendo com que ele escapasse de todas elas. “Foram milagres”, diz o colunista, que hoje se recupera em casa após quase um mês de internação.
O tempo em que passou deitado em um leito de enfermaria enfraqueceu suas pernas e o deixou sem andar. Atualmente, faz acompanhamento fisioterapêutico pela rede pública e se recupera aos poucos das sequelas deixadas pelo coronavírus.
Por ter obesidade e hipertensão, Paula é do grupo de risco e por isso sentiu de forma grave a covid-19. Ele chegou ao hospital com 70% dos pulmões comprometidos e perdeu 15 quilos durante a internação.
“A forma e a velocidade com que a doença se espalha são avassaladoras. Um processo extremamente doloroso. Fiquei arrasado. Pensei que fosse morrer. Você fica tão angustiado que pede até perdão a Deus”, lembra o comunicador.
O pós-covid-19 é difícil, comenta Vagno, mas nada comparado à internação. Nos primeiros dias em casa, ele conta que acordava atordoado várias vezes à noite achando que ainda estava no hospital. “Um verdadeiro pesadelo”.
Ele deixou o Into com as veias dos braços estouradas após tantas intervenções e o organismo baqueado não só pela doença, mas também pelos medicamentos e exames “dolorosos” aos quais fora submetido.
“Hoje me sinto bem melhor, embora ainda esteja com o olfato e paladar prejudicados. Também sinto um cansaço muito grande. Qualquer movimento que faço, me canso logo”.
Ele fez um apelo às pessoas para que não subestimem a pandemia. “Sentiu alguma coisa? Corre. O tempo é curto e a doença toma de conta muito rápido”.