No AC, idosa não recebe 2º dose de vacina e família diz que outra foi vacinada em seu lugar

A jovem Karilane Silva, de 27 anos, procurou a reportagem do ContilNet nesta segunda-feira (15) para fazer uma denúncia. Sua avó, a idosa Tercília Brasileiro da Silva, de 94 anos, que vive acamada há pelos menos 3 anos, já passou do prazo para receber a segunda dose da vacina contra o coronavírus.

De acordo com a neta, Dona Tercília, que é cega e surda, recebeu a primeira dose da Coronavac no dia 5 de fevereiro. Os agentes de saúde que foram ao local explicaram à família que a segunda dose seria administrada em até 28 dias – prazo recomendado pelo Instituto Butantan, que fabrica a vacina no Brasil – o que não aconteceu.

Depois de ligar inúmeras vezes para o Tele Saúde da Prefeitura de Rio Branco e receber dos agentes o pedido para que a família “tivesse calma”, desde o dia 5 de março, a neta disse que foi informada por um representante nesta segunda-feira (15) que no sistema já consta a segunda dose aplicada, sendo que sua avó só recebeu a primeira.

Já são 39 dias desde a primeira aplicação. Especialistas acreditam, com base em pesquisas, que qualquer atraso é preocupante quando se trata do período entre a primeira e segunda dose. Em entrevista ao site Uol, a doutora em microbiologia e presidente do Instituto Questão de Ciência, Natália Pasternak, destacou que “os estudos, os níveis de eficácia, tudo é feito com base na aplicação das duas doses das vacinas”. “Uma aplicação só, portanto, deixa aquela pessoa vulnerável, ela não está protegida de forma adequada e pode adoecer”, defendeu a profissional.

A carteira de Dona Tercília sem a segunda dose registrada/Foto: Reprodução

“Desde o dia 5 de março que ligamos pra lá. Até ontem a resposta que recebíamos era: “Tenham calma, ela vai ser vacinada”. Hoje (15), quando ligamos, a resposta que recebemos foi que a segunda dose já foi aplicada. Minha avó não recebeu a segunda dose”, explicou Karilane.

Ainda nesta segunda, a neta disse que uma agente de saúde informou que outra idosa do bairro recebeu a segunda dose com o nome de Tercília constado na carteira de vacinação. A imagem da segunda carteira, que não pertence à avó de Karilane foi enviada à nossa reportagem.

Carteira de vacinação da idosa que teria sido vacinada no lugar de Tercília/Foto: Reprodução

“Não sei como isso aconteceu, mas minha avó não recebeu a dose e o nome dela consta em outra carteira de vacinação, de uma idosa aqui do bairro que recebeu a primeira e a segunda dose”, continuou.

“Nós queremos uma resposta e que minha avó seja vacinada com urgência. Nem sabemos se ainda vai adiantar, já que o prazo venceu”, finalizou.

O ContilNet procurou a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para obter informações sobre o caso. Na ocasião, o secretário Frank Lima informou que a pasta vai investigar a denúncia e que uma equipe será enviada ao local para aplicar a segunda dose na idosa.

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