Morando juntos há três anos, o casal Tayna Alves, 25, e Danilo Antunes, 33, pensavam em ter um bebê somente daqui a dois anos. No entanto, a vida surpreendeu o casal e antecipou seus planos! Eles, que moram em Taboão da Serra (SP), descobriram que a pequena Maite estava a caminho em plena pandemia do coronavírus. A gravidez foi tranquila, mas, no final, Tayna e o marido foram infectados com covid-19 e, a partir desse momento, a assistente administrativa lutou bravamente contra o vírus. Entretanto, acabou falecendo dias depois depois do parto de sua filha.
Em entrevista à CRESCER, Danilo conta que essa foi a primeira gestação da esposa e que tudo correu muito bem no início. Como trabalhava como assistente administrativo, Tayna ficou em home office. Apenas no final da gravidez, começaram as complicações. Além de ter covid-19, a grávida desenvolveu um quadro de diabetes gestacional, que precisou de acompanhamento.
Danilo relata que seu sogro e sua cunhada também foram infectados com o coronavírus. No início, eles ficaram bem, mas depois de uma semana, Tayna começou a ter febre alta e eles decidiram ir ao hospital no dia 21 de março. Lá, os médicos perceberam que a gestante estava com a saturação baixa também, então optaram por fazer o parto, por meio de uma cesárea, no dia seguinte, quando Tayna estava com 36 semanas. Com covid, o pai não conseguiu acompanhar o nascimento da filha e só falava com a esposa por mensagem.
“Após o parto, ela estava bem, foi para o quarto, mas, no outro dia, começou a piorar. Falou que estava com falta de ar. E foi piorando muito rápido”, relatou Danilo. “Na madrugada, ela me mandou mensagem dizendo que seria intubada, falando para orar por ela”. Tayna já estava com 90% do pulmão comprometido e chegou a fazer o tratamento com a ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea), porém, seu quadro foi ficando cada vez mais crítico. Ela contraiu uma bactéria, teve sangramento nasal e seu rim começou a ficar ruim. No dia 2 de abril, a assistente administrativo faleceu, após falência multipla dos órgãos.
“Ela só viu nossa filha no parto. Conversou um pouquinho e logo a Maite foi para a incubadora. No quarto, ela sempre perguntava sobre a nossa filha”, disse Danilo. A pequena Maite não nasceu com covid, mas ainda está internada, pois nasceu prematura e estava com a saturação baixa. Devido à covid, o pai só conheceu a filha cinco dias após seu nascimento. Agora, ele espera levar a menina para casa na próxima sexta-feira (16/4).
Por enquanto, Danilo contará com a ajuda da sogra para ajudá-lo nos cuidados com a bebê. Ele diz que pretende colocar fotos da esposa, que sempre quis ter uma menina, no quarto da filha e contar a história de Tayna para a Maite.