A ajuda proposta pelo governador Gladson Cameli de criação de um carão com o valor de R$ 150,00 por mês para aquisição de alimentos, o chamado “Cartão do Bem”, empacou no plenário da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac), na sessão remota desta terça-feira (13) porque a oposição quer fazer manobra política com a miséria das pessoas. Esta é a posição do líder do Governo, deputado Pedro Longo (PV), sobre seus pares da oposição.
Num debate estéril entre os membros da bancada do governo e de oposição, pela aprovação ou não, a definição ficou para as próximas horas – a despeito de que se está discutindo a situação e quem não tem nada para comer em casa.
Os governistas queriam a proposta aprovada no original e a oposição foi buscar meios de a aprovação só acontecer com a inclusão de mais pessoas na proposta, sabe-se-Deus-lá-quando. O líder do Governo, deputado Pedro Longo (PV), compreende que a oposição quer fazer política com a necessidade de pessoas mais pobres, a quem ele chamou de invisíveis, aos quais seriam beneficiadas pelo projeto apresentado pelo governador Gladson Cameli.
Longo deixa claro que a ação da oposição contra a ideia está relacionada ao fato, um certo ciúme, de o projeto ter sido de iniciativa do governador.
A seguir, os principais trechos de uma entrevista do líder Pedro longo sobre o assunto:
ContilNet- Por qual razão o senhor acha que a oposição está implicando em relação ao projeto do Cartão do Bem? Isso lhe parece correto?
Pedro Longo – A oposição busca dificultar a tramitação da matéria exclusivamente por ser da iniciativa do Governo, já que no fundo todos concordam com a iniciativa. Todavia, creio que neste assunto em particular, deveria haver uma maior união de esforços, já que o projeto busca atender pessoas de extrema vulnerabilidade, que sequer recebem bolsa família ou o auxílio emergencial. Portanto, este tema, mais do que interessar ao Governo, deveria interessar a todos aqueles com sensibilidade social. Assim, penso que as diferenças políticas deveriam ficar restritas a outros temas.
ContilNet- O projeto já passou na CCJ, presidida pelo deputado Gehlen Diniz, e na COF presidida pelo deputado Chico Viga, mas houve resistência na Comissão de Serviço Público, presidida pelo deputado Edvaldo Magalhães. O senhor crer que ele está tentando acrescentar coisas inexequíveis para prejudicar o governo?
Pedro Longo – Espero que não seja este o caso, mas de fato houve necessidade de rejeitar emendas que eram completamente disparatadas em relação à disponibilidade orçamentária do projeto. Importante ficar claro que este projeto é financiado pelo Banco Mundial e tem um orçamento de R$ 9 milhões, dos R$ 8 milhões para o atendimento de até 18 mil e 800 famílias e um milhão para pessoas em situação de acolhimento domo educandários, abrigos etc.
ContilNet- O que tem sido mais difícil na busca pela aprovação deste projeto?
Pedro Longo – Na verdade creio que ao final o projeto receberá aprovação quase unânime no plenário. Infelizmente a demora na tramitação acaba atrasando o início de sua execução, e como diz o ditado, quem tem fome tem pressa…
ContilNet- O senhor chamou a população beneficiária de invisível. Quem seriam esses invisíveis que serão agora contemplados?
Pedro Longo – São famílias que estão fora do Bolsa Família e de outros programas como o auxílio emergencial. Por exemplo, população em situação de rua, migrantes, pessoas indocumentadas, e aqueles que por alguma razão não receberam o primeiro auxilio porque na época trabalhavam mas hoje estão desempregados. Portanto, pessoas bastante necessitadas. Além disso serão beneficiadas pessoas em situação de acolhimento em entidades e abrigos.
ContilNet- Qual o montante da ajuda proposta pelo Governador Gladson Cameli para estas pessoas?
Pedro Longo – O total chegará a R$ 9,5 milhões. Um valor expressivo que também vai beneficiar os comerciantes e a economia como um todo, já que ficará no pequeno comércio local.
Pedro Longo – Então o Governador estaria no caminho certo e isso estaria incomodando a oposição?
Eu tenho certeza que sim, mas esta pergunta deverá oportunamente ser respondida população. O projeto será aprovado? Quando?
Pedro Longo – Creio que amanhã mesmo a Casa do Povo irá aprovar a matéria. Espero que não haja mais atrasos.