‘Pressão da UTI tem feito meus médicos e enfermeiros pedirem demissão’

Quando o médico intensivista Bruno Nunes fala que tem trabalhado “sem descanso” há pelo menos um ano, não é força de expressão.

Ele coordena a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Santa Marcelina, hospital de referência no extremo leste da cidade de São Paulo, que atende a uma população de cerca de 5 milhões de pessoas, tanto pelo SUS quanto por meio de convênios e particulares.

Desde que a pandemia começou, não tirou um dia de folga.

O colapso do sistema de saúde no Brasil criou mórbidas filas de doentes que precisam de leitos nos hospitais. Do outro lado dessa equação estão médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem pressionados, exaustos.

“Nunca vimos antes tanto burnout, tanta síndrome do pânico, tantos afastamentos laborais, tantas férias como agora nesse último ano. Os profissionais estão desgastados, não se sentem valorizados pela política de saúde”, diz ele.

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