Você sabia que provas de resistência, ingerir comidas estranhas e nada habituais, convivência na floresta e perrengues dos participantes podem gerar entretenimento para todo o público?
Na próxima terça-feira (11/5), está de volta à Rede Globo o programa No Limite, com a participação de várias gerações de ex-BBBs e o apresentador André Marques no comando da atração.
O reality terá muitos perrengues dos participantes em uma ilha em busca de sobrevivência e comida. Isso pode tornar o jogo um grande sucesso de entretenimento e empatia.
“Todo mundo gosta de se sentir compreendido. Quando vemos uma história real, em que o protagonista enfrenta seus medos e os vence, é como se ele estivesse vencendo por nós os nossos próprios medos”, explica a psicóloga Maria Rafart.
A fórmula de sucesso do reality show é a identificação. Uma das melhores formas de fazer alguém se conectar a uma narrativa é trazer elementos com os quais a maior parte das pessoas se identifique.
“Quem nunca sofreu por se sentir excluído, ou passou por uma grande dificuldade, ou encontrou um grande obstáculo?”, continua.
O antropólogo Joseph Campbell descreveu estas histórias como sendo A Jornada do Herói, como explicamos a trajetória da campeã do BBB21, Juliette.
Isso é uma espécie de molde no qual todas as grandes histórias, dos filmes, livros e inclusive os reality shows, se adaptam.
Ela inclui, entre algumas fases, um chamado para uma tarefa, a execução com sofrimento e muitos perrengues, e finalmente, o encerramento, com uma redenção e o reconhecimento de todos.
“As histórias com perrengues têm a magia de se conectar com a história de sofrimento que cada um de nós carrega, e aí, a gente acaba se moldando com os personagens sofredores. Nós torcemos para que a trajetória deles seja vencedora. Por projeção, quando um participante de reality show supera um obstáculo, é como se a gente estivesse vencendo junto”, diz Maria.
“Quando, por exemplo, alguém tem que comer uma comida nojenta para sobreviver, o nosso inconsciente entende o desafio, porque lembramos de quantas vezes tivemos que fazer coisas que não gostamos para seguir adiante”, conclui.