‘Perdemos senso da realidade’, diz secretario em MS com mais 58 mortes e 3.034 infectados

CAMPO GRANDE (MS) – O Mato Grosso do Sul continua a bate seus recordes e atingiu mais um índice alarmante de contaminados pela covid-19 nesta quarta-feira (9). O boletim epidemiológico de hoje, divulgado a pouco, registra 3.034 casos confirmados, o que representa média de 2,1 testes positivos por segundo em MS. A média móvel de casos foi para 1.785 infectados. E ainda há 10 mil exames pendentes de resultado.

A pior parte ainda é o número alto de óbitos, com 58 mortes, que entraram no boletim epidemiológico de hoje. A vítima mais jovem tinha 25 anos e faleceu  em Ponta Porã, sem qualquer comorbidade. A letalidade voltou a subir, para 2.4 no Estado. São também 1.287 pessoas internadas, 544 delas em UTis. E a superlotação segue, em maior índice na Macrorregião de Campo Grande, que opera 8% acima da capacidade. Hoje, 180 pessoas estão na fila de espera por transferência a hospitais na Capital. No total, 274 no MS.

O secretário de Saúde Geraldo Rezende, que vem se ‘exaltando’ a cada dia, acima de tudo nos últimos 15 dias ao menos, lembrou dos mais de “500 dias de luta” contra a doença, sendo que após bom desempenho em relação ao restante do Brasil, agora o cenário é de colapso e MS é ‘o epicentro da doença no País’.  Ele até mandou ‘recado’ ao próprio chefe.

“Acredito que os governantes, todos eles, deveriam estar tomando decisões mais duras. A escolha é simples: entre enfrentar o mau humor momentâneo daqueles que se sentem prejudicados ou chorar ao lado das famílias daqueles que morreram”, disse Resende.

Perdemos o senso da realidade

Na avaliação de Geraldo, a confiança de que o pior já passou está matando mais a cada dia. “Perdemos o equilíbrio, perdemos o bom senso, perdemos o medo de morrer. Não paramos de crescer (nos números da covid), enquanto deveríamos estar diminuindo.

São, pelo menos, 50 mortes em média todos os dias, lembrou o secretário. “Não adianta mais gritar para aumentar leitos. Só para vocês terem ideia, a atual estrutura de saúde poderia atender uma população 10 vezes maior que a de Mato Grosso do Sul”.

Rezende, foi enfático ao dizer que o Estado vive atualmente seu pior momento na pandemia. “Não tem mais médicos, não tem mais espaço e as festas clandestinas, as aglomerações em bares e todo tipo de ações irresponsáveis não cessam.”

Essas e outras informações sobre a pandemia no Estado, podem ser acompanhadas através do site: https://www.coronavirus.ms.gov.br/

PUBLICIDADE