A China é um país com história milenar, assim como o Império Romano que marcou época milênios atrás.
Eram duas culturas em lados opostos, embora uma soubesse da existência da outra, principalmente devido a Rota da Seda. Muito tempo depois, um fato chamou atenção: a descoberta de 113 múmias caucasianas encontradas em um deserto na China.
Os restos mortais levantaram muitas questões controversas. O que indivíduos com características europeias faziam, 2.000 ou 4000 anos Antes da Era Comum, no meio de um deserto chinês? Como eles sobreviviam ali? Que tipo de relacionamento eles tinham com seus vizinhos do leste?
Historiadores afirmam que embora aquele ambiente fosse árido na época, ele era muito mais favorável, havia mais cursos de água, mais árvores e condições favoráveis para a agricultura e pecuária nos locais há alguns milênios.
Embora as condições de vida fossem rigorosas, eram muito melhores que as atuais. Por esse motivo acredita-se que o declínio daquela população provavelmente também estava relacionado à diminuição das correntes de água e ao avanço do deserto sobre cidades, templos e dos próprios cidadãos.
A história conta que a relação entre os dois povos não era das mais próximas, mas restos mumificados encontrados na província chinesa de Xinjiang trouxeram especulações. Será que havia algo a mais na relação entre a China e a Roma antiga? Ou mesmo com outros territórios que demonstravam força no Ocidente?
Múmias caucasianas encontradas em deserto na China
As múmias caucasianas encontradas em deserto na China foram datadas entre 2.000 e 4.000 anos atrás. Chama atenção a conservação das roupas, inclusive uma delas foi encontrada com um chapéu cônico, que pode simbolizar um elevado status social.
São múmias que parecem caucasianas, com corpos alongados, olhos fundos, nariz comprido e cabelos avermelhados, tudo muito bem preservados.
Dessa forma, não são semelhantes a boa parte dos chineses. Além disso, as roupas possuem traços da confecção europeia, do período neolítico.
Junto com as múmias foram encontrados carrinhos com rodas. Até pouco tempo historiadores imaginavam que a roda havia sido inventada na China, mas agora pensam que na verdade ela foi apenas introduzida no país.
Com tantas evidências, arqueólogos especularam que as múmias caucasianas seriam da Europa. Inclusive alguns deles tentaram conectar com uma legião romana perdida, que teriam fugido após a derrota do general Crasso.
Qual é a origem das múmias encontradas na China?
Por mais que as múmias possam ter origem europeia, não é preciso ir até o continente para encontrar pessoas semelhantes a eles. Aliás, evidências arqueológicas e linguísticas indicam que durante a ascensão do Império Chinês Han, a atual província de Xinjiang foi colonizada por populações de língua indo-europeia.
Os tocários entraram na região pela primeira vez em 2000 a.C. Eles falavam uma língua indo-europeia e apresentavam uma aparência do Oriente Médio ou mediterrânea. Assim, são retratados em diversas obras de arte com barbas vermelhas.
No século I a.C. as comunidades tocarianas se transformaram em cidades-estados, possuindo um papel importante na Rota da Seda.
Inclusive isso é mencionado em registros romanos. Essa sociedade se manteve forte por alguns séculos, até perder espaço para o Império Chinês no leste e para os nômades bélicos ao norte.
A crença popular diz que a relação entre os nômades, tocários e outros grupos caucasianos gerou os uigures, um grupo que vive em Xinjiang. Assim, alguns possuem aparência caucasiana e outros mais oriental.
Afinal, de onde são as múmias?
Recentemente foram feitos estudos genéticos nas múmias, mostrando que elas possuem relação com as regiões a oeste.
Então, até podem ter origem romana, assim como é possível que sejam originárias de qualquer população indo-europeia.
Outro detalhe é que embora possam ter vindo da Europa, é possível que a origem seja alguma região no sul ou no centro da Ásia.
Por fim, é possível afirmar que elas são indo-europeias e que possuem mais relação com populações da Ásia Central do que àquelas que formaram a atual China.
Com informações retiradas do site: https://socientifica.com.br/