Bolsonaro quer partido em que possa escolher candidatos a governos de RJ e SP

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira, 2, que gostaria de concorrer à reeleição em 2022 por um partido que o permitisse escolher candidatos aos governos do Rio, de São Paulo e a oito cadeiras no Senado. “Se chegar num acordo nesse sentido e for bom para a outra parte, a gente faz um casamento. E tenha certeza que a gente vai ser feliz por um bom tempo”, declarou em entrevista à Rádio ABC, de Novo Hamburgo (RS).

Ele reiterou que mantém negociações com o Progressistas, presidido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Sua filiação à sigla seria mais um passo em direção ao Centrão, ala do Congresso com a qual o Planalto tem feito alianças em troca de governabilidade.

Como mostrou o Estadão, com Ciro Nogueira na Casa Civil, o Progressistas quer se tornar o maior partido do País. A ideia do ministro é que o partido consiga eleger a maior bancada de deputados federais no próximo ano – hoje é a terceira maior da Casa com 41 – e amplie sua representatividade no Senado (tem sete parlamentares). Se isso acontecer, vai garantir ao PP uma maior fatia no bolo de recursos vindos do Fundo Partidário e a perspectiva de controle dos principais espaços políticos do Congresso.

Além disso, a legenda quer também eleger o maior número possível de governadores, já que hoje administra apenas o Acre, com Gladson Cameli. Esse plano inclui o próprio Ciro, que é pré-candidato ao governo do Piauí e faz oposição ao governador petista Wellington Dias, seu ex-aliado, que não pode mais se recandidatar.

Ciro ainda não bateu o martelo sobre a candidatura porque isso abreviaria sua permanência à frente da Casa Civil, já que teria de se desincompatibilizar em abril. Como tem mandato de senador até 2027, poderia se manter no ministério sem precisar disputar eleição, e reassumiria a cadeira, caso Bolsonaro não se reeleja.

Bolsonaro disse que pretende definir a sigla pela qual disputará o pleito até março do próximo ano, quando ainda poderia escolher nomes para concorrer ao Legislativo e atuar como base de apoio do governo no Congresso em eventual segundo mandato. “A definição tem que vir no máximo em março. Se eu pensar em disputar uma eleição, tem que fazer uma bancada.”

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