O presidente Jair Bolsonaro recebeu nesta quinta-feira (5) no Palácio do Planalto o conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan. O encontro não constava na previsão de agenda de Bolsonaro divulgada pelo Planalto e foi confirmado pela embaixada dos EUA por meio de uma rede social.
Sullivan foi o primeiro representante da Casa Branca de Joe Biden a se reunir com o presidente do Brasil. O atual presidente dos Estados Unidos tomou posse no início deste ano e, até o momento, não manteve nenhuma conversa direta com Bolsonaro, que foi um dos últimos líderes a lhe parabenizar pela vitória na eleição de 2020. Nas eleições americanas, o presidente do Brasil manifestou apoio à reeleição de Donald Trump.
A embaixada publicou duas fotos da reunião, nas quais Sullivan utiliza máscara, e Bolsonaro está sem o equipamento de proteção, recomendado por autoridades para evitar o contágio da Covid-19. O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos também terá encontros com ministros do governo Bolsonaro, entre os quais, Walter Braga Netto (Defesa) e Carlos França (Relações Exteriores). Também haverá um almoço para Sullivan no Itamaraty, sede do Ministério das Relações Exteriores.
Conforme a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, a visita da delegação pretende “fortalecer a parceria estratégica” entre EUA e Brasil, melhorar a estabilidade regional e ajudar a abrir caminho para a recuperação da pandemia da Covid-19.
Temas ambientais e tecnologia 5G
Em entrevista à TV Globo, antes da chegada de Sullivan ao Brasil, uma alta autoridade do governo americano relatou que os temas ambientais são uma prioridade para o presidente dos EUA na região, e que o Brasil é um “líder natural sobre o tema”.
Biden tenta liderar ações para preservar o meio ambiente e reduzir o impacto das mudanças climáticas. A floresta Amazônia, cuja maior porção fica no Brasil, recebe atenção especial dos Estados Unidos.
O governo brasileiro deseja receber recursos dos EUA para financiar ações de preservação na Amazônia, contudo, a política ambiental de Bolsonaro é alvo de críticas por dificultar a atuação dos órgãos de fiscalização. O Brasil convive com altas no desmatamento e nas queimadas.
À TV Globo, a autoridade também informou que Biden deve manter a posição de Trump e apoiar a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Outro tema no radar das relações entre os dois países é a tecnologia 5G, a telefonia móvel de quinta geração. O Brasil prepara o leilão das frequências, e os EUA desejam evitar o uso de equipamentos chineses. O setor, no Brasil, é contra barrar as empresas chinesas.