Acre é o estado com menor taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 no país, diz Fiocruz

Um Boletim do Observatório Covid-19 Fiocruz divulgado nesta semana mostra que, desde outubro de 2020, é a primeira vez que nenhum estado tem taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva  (UTI) Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde iguais ou superiores a 80%.

Uma notícia melhor ainda é que o Acre é o estado com menor percentual ocupação destes leitos: apenas 13%. Em se tratando de capitais, o Acre também sai na frente: Rio Branco é a que tem menor porcentagem de ocupação (12%).

Segundo o boletim, Mato Grosso e de Goiás registraram as maiores taxas de ocupação, com 79% e 78% dos leitos de UTI. O estado do Rio de Janeiro, nas duas últimas semanas, apresentou crescimento do indicador, registrando uma taxa de 67%. Em relação às capitais, a cidade do Rio de Janeiro (97%) e Goiânia (92%) são as mais preocupantes, mantendo taxas muito críticas há semanas.

Os pesquisadores do Observatório, responsáveis pelo Boletim, ressaltam que esse resultado reflete os ganhos adquiridos com as vacinas e o processo de vacinação. “Considerando que ainda são altos os níveis de transmissão de casos e óbitos, a vacinação deve ser ampliada e acelerada, além de combinada com o uso de máscaras e distanciamento físico, para manutenção e avanços nos resultados”, orientam.

Segundo os cientistas da Friocruz, este quadro de melhora nas taxas de ocupação de leitos acontece simultaneamente ao processo de redução significativa dos leitos disponíveis à Covid-19 no Distrito Federal e em muitos estados, como o próprio  Acre. Ou seja, apesar de menos leitos estarem disponíveis, as taxas de ocupação seguem em declínio.

Alerta

Mesmo diante de números animadores, a Fiocruz  reforça que é fundamental ampliar vacinação e que o esquema vacinal completo (duas doses ou uma única no caso da Janssen) é a melhor proteção que se dispõe para casos graves e óbitos por Covid-19.

“Ampliar a vacinação completa para todos os elegíveis torna-se fundamental neste momento, incluindo campanhas e busca ativa para os que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas”, destacam os pesquisadores.

Mesmo com a clara contribuição da vacina para a redução de mortes, casos graves e internações, “o surgimento e crescimento da presença de novas variantes de preocupação, como a Delta, deve manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena”, recomendam os cientistas.

Variantes

A circulação de novas variantes do vírus aumentam as infecções, mas não necessariamente o número de casos graves, justamente pela vacinação.

Apesar dessa observação, os cientistas alertam que, “por mais que as vacinas contribuam para a redução de casos graves, internações e óbitos, a possibilidade de surgimento e espalhamento de novas variantes de preocupação exige esforço para manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena”.

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