Após ser chamado de bandido por Daniel Zen, Bittar dispara: “De orçamento paralelo quem entende é o PT”

Panegírico

Em discurso lisonjeiro, o deputado estadual Roberto Duarte (MDB) usou a tribuna da Aleac nesta terça-feira (17) para falar do trabalho do senador Marcio Bittar, seu correligionário. Segundo Duarte, apesar dos muitos recursos destinados pelo senador ao Estado, Bittar não tem recebido o reconhecimento pelo esforço. “Vejo alguns parlamentares da base do governador Gladson Cameli subirem na tribuna para destacar as obras, as construções, os investimentos no Estado, mas eu nunca vejo citar o nome do senador Marcio Bittar, que é a origem da onde vem esse dinheiro”.

Se defendeu

O líder do governo na Aleac, o deputado Pedro Longo (PV), se defendeu dizendo que sempre que fala de obras se preocupa em dar os créditos aos responsáveis pelos recursos. Segundo Longo, independente das diferenças que ele possa ter com o político que destinou os recursos, sempre vai mencionar os responsáveis.

Ranking

Em outra fala, Duarte chegou a afirmar que Bittar era o senador que mais destinou recursos para o Acre na história, mas logo foi rebatido pelo deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), que afirmou ser de Tião Viana (PT) o topo do ranking. O emedebista se justificou, dizendo que proporcionalmente o topo é de Bittar, já que ele tem pouco mais de dois anos de mandato, enquanto Tião Viana teve dois mandatos de senador.

O bicho pegou

Já perto do fim das discussões na Aleac, o bicho pegou. Aos 45 minutos do segundo, o deputado Daniel Zen (PT) subiu à tribuna e, visivelmente alterado, chamou Roberto Duarte de puxa-saco e mentiroso. Para o petista, os elogios dados ao senador não passaram de um “despautério, de uma propaganda enganosa”. Contra Bittar, Zen disparou: “O senador pode até ser o campeão de alocação de emenda, mas não é porque ele é relator do orçamento não, é que o presidente Jair Bolsonaro criou um orçamento paralelo”. Do plenário, Duarte ouviu exaltado as acusações proferidas pelo colega. Se a discussão se estendesse um pouco mais, a Aleac corria o risco de virar um ringue.

Protagonista

Mesmo sem estar presente, o senador Marcio Bittar foi o protagonista da maior discussão da Aleac desde a volta às atividades presenciais. Bolsonarista de carteirinha, o senador foi escolhido em maio do ano passado como o relator do Orçamento Geral da União para 2021, o que colocou Bittar em evidência não só no Acre, mas em todo o país. E toda evidência tem seus custos.

Resposta

À coluna, Bittar respondeu as acusações proferidas pelo deputado Daniel Zen. “De orçamento paralelo quem entende é o PT do Lula, que ficou conhecido com o mensalão”, disparou. O senador disse ainda que sua maior preocupação é ajudar o Acre trazendo recursos para obras fundamentais. E completou, “o que o PT gostaria é que eu brigasse com Gladson e não o ajudasse, o Acre dando certo eles sabem que não voltam ao poder”.

Muita sede

Um secretário do governo Gladson está indo com muita sede ao pote, pelo menos é o que dizem algumas pessoas ligadas ao governo. A secretaria do gestor se transformou em um grande balcão de negócios, com suspeitas até de possíveis irregularidades. Por enquanto, ele vem conseguindo se manter no anonimato, sem que o governador saiba do se passa em sua pasta, mas isso não deve durar muito e logo os seus deslizes devem chegar ao ouvido de Cameli.

A volta das coligações

Votada em segundo turno pela Câmara dos Deputados na noite desta terça (17) a PEC que prevê a volta das coligações foi aprovado por 347 votos favoráveis a 135 contrários. O texto segue agora para o Senado, onde deve encontrar resistência, já que o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se declarou em diversas oportunidades, contrário à PEC.

Cláusula de barreira

O texto final que foi aprovado hoje e que seguirá para o Senado trata também da cláusula de barreira, que é um conjunto de regras de desempenho que os partidos devem alcançar nas eleições para ter acesso ao Fundo Partidário e ao tempo de rádio e de TV. Houve uma flexibilização da regra, ao serem incluídos senadores na conta. Se aprovada no Senado, os partidos poderão cumprir a cláusula se elegerem pelo menos cinco senadores no intervalo de duas eleições.

Apoio

O governador Gladson Cameli ganhou hoje um apoio de peso para disputar a sua reeleição, o ex-reitor da Ufac Minoru Kinpara. Candidato derrotado ao Senado em 2018 e à Prefeitura de Rio Branco em 2020, Minoru chegou a ser especulado como possível candidato ao Senado na chapa de Petecão (PSD) nas eleições do ano que vem. Para isso, precisaria sair do PSDB, partido que é da base de Cameli e que vai continuar com o governador para a disputa eleitoral. Em encontro com Cameli hoje, Minoru garantiu que permanece no ninho tucano e que vai apoiar o governador no ano que vem.

Não rompeu

Em nota dada pela coluna ontem, de forma especulativa e montada a partir de conversas com militantes da política no Alto Acre, noticiamos um possível rompimento da prefeita de Brasileia, Fernanda Hassem (PT), com o governador Gladson Cameli (PP), após a petista não comparecer às agendas do governador na cidade. Hoje, em um vídeo postado nas redes sociais, a prefeita disse que não existe rompimento.

Sonho a dois

No vídeo, a prefeita diz que sonha junto com Gladson pelo bem de Brasileia. Hassem aproveitou pra justificar a ausência dela na agenda do governador e reafirmou seu respeito por Cameli. “Na agenda de ontem o nosso vice-prefeito estava presente junto com alguns secretários nossos. Eu quero aqui esclarecer que não aconteceu nada de rompimento, pelo contrário. Ao governador Gladson, ao amigo Gladson: conta comigo, conta com o nosso trabalho”, disse.

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