Contato intenso com a natureza, aventura, sustentabilidade e conforto. Não é simples unir tudo isso no mesmo tipo de hospedagem. Mas os glampings (corruptela de glamour camping) deixaram de ser uma simples tendência internacional passageira e se consolidaram com excelentes opções também no Brasil — sobretudo durante a pandemia.
Inspiradas nos confortáveis acampamentos e lodges de safári africanos, as acomodações tipo glamping conjugam com eficiência a aventura e a imersão na natureza comum aos campings tradicionais com os confortos da hotelaria moderna.
Ou seja: você pode dormir em uma tenda ou yurt em lugares remotos e até mesmo selvagens, rodeado pela natureza, mas com direito a um belo banho quente, banheiro privativo, cama gostosa, lençóis de boa qualidade, boa comida e, sempre que possível, um bom serviço de wifi também.
Aventura confortável e sustentável
O modelo começou a fazer sucesso no começo deste século em destinos mais remotos, da Patagônia Chilena ou do deserto do Atacama ao outback australiano, das savanas africanas ao deserto da Mongólia.
A disseminação das redes sociais na última década favoreceu mais ainda a expansão deste estilo de hospedagem, que costuma ser também extremamente fotogênico. Pense em tendas cheias de charme no Quênia, villas em parques nacionais americanos, bangalôs rústicos em ilhas do Pacífico, cabanas em plena Amazônia.
Em comum, natureza exuberante do lado de fora, muito conforto do lado de dentro, vistas panorâmicas e práticas geralmente extremamente sustentáveis tanto na construção quanto no dia a dia da hospedagem.
O principal público deste tipo de acomodação são turistas de diferentes faixas etárias que almejam a aventura e o contato intenso com a natureza mas não querem se sujeitar aos percalços e privações de conforto dos campings tradicionais. E, claro, mantendo todo o distanciamento social exigido por esses tempos.
Embora haja acomodações com valores muito diversos, as diárias de glampings não costumam ser econômicas. Pelo contrário: em alguns destinos, como a Botsuana, por exemplo, propriedades de glamping têm estrutura tão caprichada que chegam a cobrar diárias tão salgadas quanto grandes hotéis de luxo europeus.
Novidade para muitos brasileiros
As hospedagens tipo glamping demoraram um pouco mais para se disseminar de fato no Brasil. Apesar dos primeiros empreendimentos do gênero já existirem há algum tempo (na Amazônia, por exemplo), muitos se estabeleceram no país na última década — e, majoritariamente, nos últimos anos.
Há modelos em vigor nos mais variados estilos (casas em árvores, tendas estruturadas, palafitas, chalés, cabanas), dos mais rústicos aos mais luxuosos. E é inegável que a pandemia tenha colaborado enormemente para certa “proliferação” deste estilo de hospedagem.
Propriedades já existentes, como o grupo Casa Hotéis, no Rio Grande do Sul, lançaram novas acomodações deste gênero no final do ano passado, atendendo uma demanda do próprio público por hospedagens mais remotas e integradas à natureza.
Novos empreendimentos também proliferaram nos últimos 15 meses. É o caso do Nomad Place, que nasceu em plena pandemia e, com sucesso absoluto de público e ocupação total constante, já conta com 5 acomodações em funcionamento e outras três para serem entregues até outubro.
Exemplos de glamping no Brasil
Nomad Place
Aberto em plena pandemia em Brasópolis, em Minas Gerais, ao lado de São Bento do Sapucaí, São Paulo, o empreendimento começou com uma única cabana de madeira em um terreno de 50 mil metros quadrados, com vista panorâmica para a Serra da Mantiqueira, que os proprietários colocaram para aluguel de temporada no Airbnb.
Bem equipada e completamente isolada, hoje conta com são cinco unidades, incluindo duas acomodações tipo domo no alto da montanha, todas com camas confortáveis, banho, wifi, banheiro completo (incluindo banheira na maioria delas), churrasqueira, lareira e cozinhas equipadas.
Há uma horta orgânica da qual os hóspedes podem se servir e kit de boas vindas com produtos regionais para todos.
Mais informações: @_nomadplace
Anavilhanas Jungle Lodge
Em plena Amazônia brasileira, o glamping oferece 23 acomodações em meio à mata (chalés e bangalôs), com quarto, saleta, banheiro arro desde Manaus. Até o final do ano deve ser inaugurada também uma villa familiar com dois quartos.
A sede principal conta com restaurante, dois bares, salas de estar e de jogos, piscina panorâmica, redário, mirante acima da copa das árvores e um imperdível deck flutuante para quem quiser nadar diretamente no rio Negro. Transfers, passeios e refeições (todas à la carte e extremamente caprichadas) estão sempre incluídos nas diárias.
Mais informações: anavilhanaslodge.com
Juma Amazon Lodge
As cabanas do Juma Amazon Lodge foram construídas de maneira sustentável sobre palafitas a 30 metros do chão em pleno rio Juma, em plena selva amazônica.
São 21 chalés com banheiro privativo, varanda com rede e ventiladores, sempre com vista para o rio ou para a mata. No lugar das janelas, apenas telas mosquiteiras separam os hóspedes da mata. Ali transfers, passeios e refeições estão incluídos nas diárias. E o local conta também com uma deliciosa piscina instalada dentro do rio.
Mais informações: jumalodge.com.br
Glamping Mangarito
Na cidade de Iporanga — principal base para quem pretende visitar as cavernas do PETAR —, o Glamping Mangarito oferece apenas oito acomodações de diferentes categorias, todas com banheiros privativos.
Algumas das cabanas de madeira de 40m² são suspensas 1,5 metros do solo no meio da mata — com direito a ar-condicionado, mini bar, máquina de café, TV, Wifi, aquecedor, varanda e parede de vidro. A propriedade sustentável conta também com bar, restaurante, spa, sauna, academia, piscina de borda infinita integrada à mata e biblioteca.
Mais informações: mangarito.com
Korubo
O Korubo Safari Camp, a exemplo das propriedades africanas, oferece um “combo” de viagem, com transfers desde e para Palmas (Tocantins), acomodação por 5 ou 6 noites, passeios e refeições sempre incluídos, em duas saídas semanais.
A propriedade particular fica instalada no Parque Estadual do Jalapão, à beira do rio Novo, com 15 tendas para duas pessoas cada.
As tendas contam com cama, pia e vaso sanitário, mas os chuveiros são externos e coletivos. Não há energia elétrica no local e é a energia solar que ilumina o acampamento, possibilita carregamento de equipamentos e garante o banho quente.
Mais informações: korubo.com.br
Jalapão Ecolodge
Localizado dentro do Parque Estadual do Jalapão, o Jalapão Ecolodge possui apenas quatro acomodações, incluindo cabanas construídas de maneira sustentável e um bangalô de alvenaria com cobertura de palha, com vista panorâmica para a Serra do Jalapão. Todas as acomodações contam com banheiro privativo e três delas possuem também banheira.
Há também um redário rústico em meio à mata e cantina, e é possível contratar pacotes com as expedições pela região incluídas.
Mais informações: jalapaoecolodge.com.br
Selina Paraty
A rede Selina oferece glamping em sua unidade em Paraty, no Rio de Janeiro. Localizadas às margens do Rio Perequê, suas barracas de glamping seguem um estilo rústico e acomodam até duas pessoas cada, com itens básicos como armários, ventiladores e tomadas.
As acomodações são pequenas e não há banheiro privativo, mas as diárias garantem também acesso aos ambientes comuns da propriedade, como área de bem-estar, co-working e cozinha compartilhada.
A propriedade passa agora por uma grande reforma e suas novas barracas de glamping seguirão o estilo das barracas da unidade do grupo na Costa Rica (Selina La Fortuna).
Mais informações: selina.com
Casulos Parador
O glamping do Parador da Montanha, do grupo Casa Hotéis, conta com sete barracas em formato de casulo novinhas na serra gaúcha.
Cada casulo tem capacidade para até duas pessoas, ar condicionado, lençóis térmicos, amenidades L’Occitane, minibar cortesia, deck privativo com banheira de hidromassagem e lareira ecológica com vista para os Campos de Cima da Serra.
Os hóspedes podem usufruir da infraestrutura social do Parador, incluindo restaurante e área de bem-estar. A propriedade oferece também passeios opcionais.