Dia da Amazônia lembra importância da “floresta de chuvas”

Vai prestar concurso ou fazer vestibular? Se não, mesmo assim, preste atenção, pois informação é tudo nesta era de abundância de desinformação nas redes sociais. A Lei 11.621, que institui o Dia da Amazônia em 5 de setembro, foi assinada no dia 19 de dezembro de 2007 pelo presidente Lula e pela então ministra do Meio Ambiente, a acreana Marina Silva. A data lembra o dia em que foi criada a Província do Amazonas, atual Estado do Amazonas, pelo imperador Dom Pedro II, num primeiro reconhecimento da importância da região, desde sempre cobiçada pelas potências estrangeiras. Até então, o ecossistema era apenas uma selva desconhecida e misteriosa. Na língua inglesa, as florestas tropicais são chamadas de florestas de chuvas (rainforest) tamanha é a sua importância para o regime de chuvas no resto do mundo.

Cobiça estrangeira

Mas, já naquela época os Estados Unidos consideravam que o rio Amazonas era uma continuação do rio Mississipi e alimentava ideias colonialistas a respeito e questionavam nosso direito sobre o território. Tanto que Dom Pedro teve que criar a Província do Amazonas em 1840 e, para dar publicidade e viabilizar a ocupação brasileira contratou, em 1853, o Barão de Mauá para construir a Companhia de Navegação e Comércio do Amazonas (livro Mauá, o Empresário do Império, de Jorge Caldeira). Seus vapores impuseram a presença brasileira desde Belém e até Nauta, no Peru, garantindo a colonização dos cafundós do Brasil.

Eco 92

Com o avanço dos estudos sobre as mudanças climáticas, a partir dos anos 1980 todo o mundo voltou seus olhos para a Amazônia e em 1992 o Rio de Janeiro foi sede da Primeira Conferência Mundial do Meio Ambiente, a Eco 92. Pela primeira vez os líderes das nações mais poderosas do mundo se reuniram para discutir o clima. E a Amazônia passou a ser considerada um bioma estratégico e fundamental para a manutenção do equilíbrio planetário, pois abriga 67% das florestas tropicais do mundo.

Planeta água

Tudo na Amazônia é grandioso: maior bacia hidrográfica do planeta, tem 25 mil km de rios navegáveis, mas a soma de seus rios alcança 7 milhões de quilômetros de extensão. Os mais importantes são Amazonas (maior do mundo em extensão), Negro, Trombetas, Japurá, Madeira, Xingu, Tapajós, Purus e Juruá (todos afluentes do Rio Amazonas). De todos estes, só os rios Purus e Juruá passam pelo Acre e tem suas nascentes no Peru.

Mais da metade do Brasil

A maior parte da Amazônia está no Brasil, com 60% da floresta, seguido pelo Peru com 13%, e pequenas quantidades na Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. No Brasil, a floresta amazônica ocupa 59% do território, com 5,5 milhões de quilômetros quadrados de floresta, em 8 estados: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso.

Desmatamento cresce anualmente

Os objetivos do Dia da Amazônia são conscientizar as pessoas sobre a importância do bioma para o meio ambiente, estimular o debate sobre os problemas atuais da Amazônia e informar sobre a importância da preservação. Números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais apontam que o desmatamento na Floresta Amazônica cresceu 33% entre agosto de 2019 e julho de 2020 em comparação com o mesmo período entre 2018 e 2019.

E então? Você sabia disso? Para estimular seus filhos a estudarem a Amazônia, mostre para ele uma coleção de figurinhas de animais da região, é só dar uma gugada que vai rolar um montão de fotos.

Mais da metade do Brasil

A maior parte da Amazônia está no Brasil, com 60% da floresta, seguido pelo Peru com 13%, e pequenas quantidades na Venezuela, Colômbia, Equador, Bolívia, Suriname, Guiana e Guiana Francesa. No Brasil, a floresta amazônica ocupa 59% do território, com 5,5 milhões de quilômetros quadrados de floresta, em 8 estados: Acre, Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Tocantins e parte do Maranhão e Mato Grosso.

Se fosse um país, a Amazônia Legal seria o 6º maior do mundo em extensão territorial. Um terço das árvores do mundo estão na região, além de 20% das águas doces. A população da Amazônia Legal aumentou de 8,2 milhões em 1972 para 28,1 milhões de habitantes em 2020, o que representa 13% da população brasileira.

Estudos do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia) apontam:

Que o Estado mais desmatado (em comparação à extensão total do Estado) é Rondônia, onde o percentual de área desmatada é de 28,5%. Até 1978, a área desmatada no Estado era de 1,76%, chegando a 24% em 1999. O crescimento da população é apontado como responsável pelo desmatamento: entre 1970 e 1980, esse crescimento foi de 324%.

Que o número de imóveis rurais na região Norte do país, onde se encontra a maior parte da Amazônia Legal, cresceu 163% de 1992 a 2003, chegando a 30,4 milhões de imóveis. Foi a região que mais cresceu no período (Incra). Segundo o Incra, esse aumento é consequência principalmente da incorporação de novas terras. Além disso, a taxa de crescimento foi concentradora, pois a taxa de crescimento de área foi duas vezes superior à taxa de aumento do número de estabelecimentos.

Que na Amazônia Legal, em 2003, as áreas de “posses” totalizavam 35 milhões de hectares, o que correspondia a 19,8% da área total dos imóveis da região e 52,8% da área total dos imóveis de “posse” do Brasil.

Que no Brasil, os grilos somam 36,7 milhões de hectares, sendo 25,4 milhões de hectares na Amazônia Legal. De 1996 a 2006, a área destina a lavouras na região Norte cresceu 275%, chegando a 7,4 milhões de hectares. Já as pastagens cresceram 33% no mesmo período.

Que 67,4 milhões de hectares (ou 67 mil quilômetros quadrados) são de terras públicas federais ocupadas por pessoas que não têm a documentação. Desse total, 283 mil (95,5%) têm até 400 hectares. Cerca de 1,2 milhões de pessoas vivem nessa área (estimativa do governo).

Que em 2003, o cadastro do Incra continha 302 mil registros de posse somando aproximadamente 42 milhões de hectares ou 23,7% da área dos imóveis da Amazônia cadastrados no Incra.

Que em 2007, as áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação) e reservas militares somavam aproximadamente 43%3 do território da Amazônia Legal ou em torno de 209 milhões de hectares.

Conflitos fundiários são comuns na região

Ainda segundo o Imazon, mais de metade (53%, ou cerca de 2,6 milhões de quilômetros quadrados) da Amazônia Legal possui situação fundiária incerta. Em 2002, aproximadamente 47% da Amazônia brasileira estava sob algum tipo de pressão humana, incluindo desmatamento, zonas de influência urbana, assentamentos de reforma agrária, áreas alocadas para prospecção mineral e reserva garimpeira, bem como áreas sob pressão indicadas pela incidência de focos de calor (queimadas) em florestas.

Aproximadamente 80% da área desmatada está até 30 km das estradas oficiais (número referente a 2002). Dados da FAO revelam que, de 2000 a 2005, o Brasil respondeu por 42% da perda florestal líquida global – dos quais, a maior parte ocorreu na Amazônia brasileira. Entre 1990 e 2003, o rebanho bovino na Amazônia Legal Brasileira aumentou de 26,6 milhões para 64 milhões de cabeças, o que representa um aumento de 140 % (IBGE 2005).

O número de cabeças de gado no Estado do Amazonas saiu de 733,9 mil em 1995 para 1,2 milhão em 2006 (Censo Agropecuário IBGE). Entre 1960 e 2001, a população total da Amazônia Legal aumentou de cerca de 4 milhões para mais de 20 milhões (IBGE 2002).

 

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