Em agosto de 1954, um presidente da República anunciou que saía da vida para entrar para a História. Era a carta testamento de Getúlio.
Em setembro de 2021, em contexto completamente diferente, Bolsonaro também usou uma carta para falar de vida e história. Anunciou que a sua vida de político antissistema era só historinha. É a carta testamento do mito. Escrita por Temer.
A fama de mito foi construída com uma premissa: Bolsonaro é antissistema. Coisa que nunca foi. Ao contrário. Deixou o Exército pelas portas do fundo e entrou para a política do Rio. Mas o título de vereador carioca era pouco. Afinal, o coração do sistema está em Brasília e é pra lá que ele resolveu ir. Virou deputado federal e largou o mandato de vereador pela metade.
Ainda era pouco. O sistema podia render mais. O então deputado criou uma franquia política, possibilitando que a marca Bolsonaro elegesse mulheres, filhos e amigos por quatro décadas.
Funcionava assim: o discurso antissistema garantia votos (foram 115 milhões ao longo da história) e o sistema pagava em dia. A turma já ganhou 19 eleições e garantiu 76 anos de mandatos somados. Quase um século de salários.
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