Consumidores de Rio Branco vão experimentar a farinha de mandioca produzida no Vale do Juruá, com variações de cores, como creme e amarelinha, e distintas concentrações de açafrão, por meio de análise sensorial. A atividade realizada pela Embrapa Acre acontece na sexta-feira, dia 24, a partir das 7 horas da manhã, no Mercado Elias Mansour.
O açafrão-da-terra é o ingrediente responsável pela coloração amarelada das farinhas artesanais acreanas. Estudos da Embrapa buscam avaliar os efeitos dessa prática que, segundo produtores rurais da região, torna o alimento mais atrativo e encanta o paladar dos consumidores.
A especiaria, também conhecida como cúrcuma, produzida por agricultores familiares da região. A sua utilização como corante natural em produtos alimentícios como a farinha de mandioca, é autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), desde que o padrão de identidade e qualidade do produto final atenda a critérios para consumo, embora ainda não esteja definido um protocolo de fabricação da farinha de mandioca amarela.
Estudos preliminares
Para definir a concentração mais adequada e avaliar o uso de açafrão na farinha de mandioca, pesquisadores da Embrapa acompanharam todo o processo de fabricação do produto, com diferentes medidas da especiaria, na propriedade do agricultor Manoel Cameli, localizada na Vila São Pedro, em Rodrigues Alves (AC), no mês de setembro.
Os estudos sobre as diferentes concentrações de açafrão, adicionadas à farinha, tiveram como base o resultado de trabalhos iniciados em 2015. A partir da aplicação de questionários junto a produtores do Vale do Juruá, pesquisadores identificaram as quantidades mais utilizadas pelos agricultores, que serão avaliadas pelos consumidores da capital.
A análise sensorial das farinhas é a segunda etapa da pesquisa. Considerada de grande importância no setor de alimentos, é fundamental em planos de controle de qualidade das agroindústrias de alimentos.
Outra etapa é a análise de amostras no Laboratório de Farinha da Embrapa Acre com relação à aspectos como presença de corpos estranhos acidez, pH, coloração e teor de amido. Essas informações são fundamentais para mostrar que a farinha de Cruzeiro de Sul, além do sabor característico e preferência da população, atende aos padrões de qualidade preconizados pela legislação.
A atividade faz parte dos projetos “Consolidação da Indicação Geográfica Cruzeiro do Sul”, desenvolvido pela Embrapa em parceria com o Sebrae, Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e Mandiotec, que compõe o Projeto Integrado da Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em cooperação com o Ministério do Meio Ambiente.