Que a viagem pela BR-364 não é fácil, todo acreano sabe. Mas é na necessidade de fazer o percurso que as dificuldades ficam palpáveis e o drama vivido pela população do interior do Acre se evidencia ainda mais.
Não é incomum ver trechos em obras, mas é ainda maior o número de trechos quase intrafegáveis por causa dos tantos buracos e outros onde a estrada praticamente só existe por causa de um desvio construído de forma a remediar o estrago.
A viagem se complica principalmente no trecho entre Sena Madureira e Tarauacá, parte em que para trafegar, os carros parecem estar em um labirinto, tamanha a necessidade de desviar de tantos buracos. É preciso, aliás, escolher desviar dos maiores, mas inevitável cair nos ‘menores’.
Pouco após o quilômetro 320 mais uma equipe de reparo, mas o que chamou a atenção da nossa reportagem, que fez a viagem de Rio Branco à Cruzeiro do Sul para acompanhar as atividades desta semana de aniversário do município, é que os buracos estão sendo tapados com barro vermelho.
A obra paliativa pode até resolver por uns dias, mas a preocupação é que o verão está indo embora e um trabalho definitivo não foi feito neste e em outros pontos críticos. O inverno amazônico se aproxima e costuma ser rigoroso em nossa região, o acumulado de chuvas pode significar o isolamento dos municípios que são ligados à Capital pela BR-364.
Há trechos em que a estrada corre o risco de apartar, nessas partes, se os carros pequenos já passam com dificuldade, os caminhões precisam de muita destreza de seus motoristas para conseguir seguir caminho.
Na semana passada, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Sérgio Henrique Codelo, afirmou que a pior rodovia do país é a BR-364. Ele referiu-se ao trecho Sena Madureira/Feijó, onde foram contados 118 pontos de desbarrancamento.
Recentemente, o deputado Gehlen Diniz (Progressistas) alertou que o diretor do DNIT disse que os trabalhos de recuperação anuais não adiantam e a estrada que custou R$ 2 bilhões, terá que ser totalmente refeita, o que vai consumir outros R$ 1,5 bilhão: “Onde seria necessário por exemplo, 35 cm de pedra, foram colocados apenas 7 cm”, exemplificou Gehlen.