Jovem, competente e sonhador. O fisioterapeuta Janimar Nogueira, de 36 anos, é um dos responsáveis pela humanização no Hospital do Juruá, em Cruzeiro do Sul. Formando há apenas 4 anos, ele saiu de Rio Branco para o Juruá onde atuou durante a pandemia na ala Covid.
Além do trabalho desenvolvido na unidade de saúde, ele também se dedica a criar formas de melhorar a vida das pessoas que precisam da fisioterapia. Recentemente ele criou o protótipo de um antebraço robótico. A engenharia foi feita utilizando um manequim, impressão 3D, material de carpintaria e sensor elétrico.
A ideia de construir o braço mecânico foi para ajudar um amigo amputado e segundo ele, a partir de muita pesquisa e testes, conseguiu chegar ao resultado atual.
“Ele pode ser utilizado por um paciente que não tem o antebraço ou que não tem uma mão, podendo ser especificado de acordo com a necessidade de cada paciente”, explicou.
O protótipo, iniciado em 2017, funciona por meio de uma bateria. Para usar basta acoplá-lo no corpo e ele é acionado automaticamente permitindo os movimentos.
Janimar explica que o produto além de ser mais leve que o vendido atualmente, tem um baixo custo, podendo ser comercializado por um valor em torno de R$ 2,5 mil. Nas pesquisas dele, um braço mecânico hoje no mercado pode sair a partir de R$ 50 mil.
Em paralelo a este, ele já tem outros projetos. Um que já está em andamento é uma cadeira elevador, que vai permitir retirar o paciente do leito sem muitas dificuldades. E explica que não lhe faltam ideias para ajudar as pessoas, o que falta é investimento. Para realizar o que já fez até hoje ele contou com ajuda de amigos que organizaram vaquinhas para arrecadar dinheiro para que ele pudesse tocar os projetos.
Além da formação em fisioterapia, o jovem também estuda medicina e já tem mais planos: quer construir o protótipo de um exoesqueleto: “Eu ainda vou fazer um paralítico andar”, garante Janimar emocionado. Sem pai e sem mãe vivos, ele afirma que essa é parte de sua motivação, a outra vem de sua vivência no dia a dia.
“A minha base, o fato de não ter mais pai e mãe e tudo o que passei me motivam. As histórias que acompanho, conviver com as pessoas e descobrir que posso ir além da fisioterapia, além da medicina. Esse primeiro passo que dei é importantíssimo”, salienta.
Janimar convidou o deputado Jenilson Leite para ver de perto o protótipo. O parlamentar, que é médico, ficou encantado com a invenção do jovem profissional. Jenilson destacou a necessidade de incentivos e parcerias para a continuidade de pesquisas que resultem em projetos tão importantes como esses.