A Associação de Travestis e Transexuais do Acre (ATTRAC) emitiu posicionamento a respeito das acusações contra Carlos Gomes, militante LGBTQIA+. Carlos é acusado de agredir a transexual Michele Queiroz, no município de Rio Branco (AC), no ultimo final de semana.
Em nota, a associação repudia ‘veementemente’ o ato. “O caráter das agressões revela a face da violência contra a população LGBT enraizada na cultura e nas relações sociais brasileiras. Segundo o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA, o Brasil continua sendo o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. O país passou do 55º lugar de 2018 para o 68º em 2019 no ranking de países seguros para a população LGBT”, diz.
Veja: Militante LGBTQIA+ é acusado de agredir mulher trans no Mercado do Bosque, em Rio Branco
A nota pede, ainda, justiça e afirma que o caso precisa ser elucidado. “Queremos a nossa população viva e feliz pois este é um direito de toda e todo cidadã e cidadão. Contamos com a parceria do Fórum Estadual de Ongs LGBTS para o Enfrentamento a Violência contra LGBT no Acre e para elucidar mais essa grave violência. Que a justiça seja feita”, diz.
Nota na íntegra:
A Associação de Travestis e Transexuais do Acre (ATTRAC) repudia veementemente a violência cometida contra a transexual Michele Queiroz, ocorrida no município de Rio Branco, no estado Acre, em Rio Branco (AC) no último sábado (02) e divulgada recentemente nos sites de notícias, largamente compartilhado nas redes sociais.
Michele foi agredida no interior do Mercado do Bosque por Carlos Gomes, ex-candidato da Rede Sustentabilidade. O caso foi registrado na Delegacia de Flagrantes (Defla).
O caráter das agressões revela a face da violência contra a população LGBT enraizada na cultura e nas relações sociais brasileiras. Segundo o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais – ANTRA, o Brasil continua sendo o país que mais mata travestis e transexuais no mundo. O país passou do 55º lugar de 2018 para o 68º em 2019 no ranking de países seguros para a população LGBT.
No Brasil, uma pessoa LGBT é assassinada a cada 24 horas, com maior violência praticada contra travestis e transexuais devido as diversas vulnerabilidades que recortam as suas vivências. O preconceito e discriminação contra a população LGBT é vista de maneira mais agravada por conta da transfobia – termo utilizado por nós para qualificar o ódio, a intolerância e a desumanização dos corpos de pessoas travestis, transexuais e transgêneros.
A violência contra travestis e transexuais tem crescido e pouco tem sido investigado reforçando a dimensão da transfobia institucional e estrutural.
Neste sentido, a ATTRAC, presta total solidariedade a Michele Queiroz, e conclama os órgãos de acolhimento, justiça e investigação, o Ministério Público e a Secretaria de Segurança Pública, para que sejam céleres nas tomadas de providências cabíveis.
Queremos a nossa população viva e feliz pois este é um direito de toda e todo cidadã e cidadão. Contamos com a parceria do Fórum Estadual de Ongs LGBTS para o Enfrentamento a Violência contra LGBT no Acre e para elucidar mais essa grave violência.
Que a justiça seja feita!