O Acre está no top 5 dos estados brasileiros com o maior índice de grávidas que preferem o parto normal em detrimento do cesáreo. Isto é o que diz um estudo realizado pelo Instituto Trocando Fraldas que entrevistou mais de cinco mil mulheres de todos os estados entre 11 e 19 de outubro de 2021.
Segundo os resultados do ranking, liderado por Alagoas com 81%, o Acre está na quarta posição, com 77%. Na região Norte, o estado fica atrás apenas do Amapá, com 78%. Em último lugar, aparece Paraíba, com 51%.
Os dados nacionais trouxeram levantamentos ainda mais assustadores com relação à taxa de mulheres que preferem parto cesáreo: 32% das entrevistadas preferem realizar a cirurgia, feita com um corte na região abdominal para o nascimento do bebê, do que serem submetidas ao parto normal.
MEDO
A pesquisa constatou ainda que os motivos pelos quais as grávidas preferem o cesáreo estão em torno do medo. No cenário geral, 58% das brasileiras disseram ter medo do parto normal, e aumenta para 59% quando a faixa etária é de 18 a 24 anos. No Acre, o percentual de mulheres que preferem o cesáreo é de 23%.
Além disto, o estado aparece na nona posição dos estados que as brasileiras têm ou tiveram parto cesáreo agendado antes das 39 semanas de gestação, o que explicita ainda mais o receio que muitas mulheres ainda têm com relação ao parto normal.
PERCENTUAIS ALARMANTES
O estudo explicou que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) segue realizando um trabalho de promoção ao parto normal para que haja uma redução no número de gestantes que realizam parto cesáreo desnecessário, que está na casa dos 84,6%, sendo que a taxa recomendada pelo Ministério da Saúde é de 10 a 15%.
A ANS destaca ainda que quando um parto cesáreo é realizado em mulheres que possuem condições de ter parto normal, as chances desta parturiente morrer é triplicada, além de aumentar em 120 vezes a probabilidade de o recém-nascido desenvolver problemas respiratórios.
“A decisão sobre qual o tipo de parto mais adequado precisa ser compartilhado entre o médico, a gestante e sua família. O profissional deve fornecer informações sobre a situação clínica da mulher e os riscos e benefícios envolvidos em cada escolha para ajudá-la na tomada de decisão. Deve, também, orientar a futura mãe sem influenciá-la, compartilhando com ela a responsabilidade sobre o assunto”, falou.