A advogada Katia Siqueira Sales foi processada pelo candidato a presidente da Ordem do Advogados do Brasil – Seccional Acre (OAB/AC), Rodrigo Aiache após uma confusão gerada em um grupo de WhatsApp da categoria, denominado “Chapão”, com pelo menos 200 advogados.
O candidato entendeu que Kátia “produziu uma comparação do nível das pessoas que compõem a chapa às facções criminosas”.
Aiache disputa o cargo de presidente da OAB com o também advogado Erick Venâncio, que almeja a reeleição.
Siqueira procurou a reportagem do ContilNet para esclarecer o assunto, negando as acusações, e fez questão de defender que não compõe nenhuma das chapas.
De acordo com ela, inexiste regra de conduta no grupo em que se manifestou sobre o assunto e vários outros.
“Ocorreu que no denominado grupo chapão inexiste regra de conduta, são conversas aleatórias e com os mais diversos assuntos, por estes motivos e pelo elevado tom que todos falam de política e outros assuntos, me manifestei em muitos momentos, não apenas no recorte levado ao processo”, disse em nota.
“Sobre isso declaro minha completa indignação, lendo as conversas desde o início do processo eleitoral e em resumo a alusão de todas as coisas lá ditas por todos os membros que lá se manifestaram – deixo de expor os textos – em respeito a estes, e também devido a vulgaridade das falas de muitas pessoas, o fiz como ato de protesto pelo uso de expressões de baixo calão que tenho lido naquele ambiente onde não existe palanque eleitoral e sim falácias bem-humoradas”, continuou.
Kátia conta que em outro momento foi chamada de macumbeira por um integrante do grupo e que compõe a chapa de Rodrigo, mas que não se sentiu atacada por ele.
“Neste mesmo grupo, a poucos dias já fui chamada de macumbeira por um membro – esta sim que compõe a chapa do candidato – e isso não me ofendeu, pois naquele o ambiente é algo comum ser dito coisas com adjetivos de menosprezo, tom sarcasmo e etc., entendi que em ambos os momentos no contexto geral não estavam sendo discutidas questões pessoais ou políticas”, explicou.
Mesmo indignada com a medida, a advogada acredita que “todos os gestores que lá estão possuem competência e elegância para representar a Ordem, inclusive o autor da ação”, mas que Aiache está mal assessorado. Para ela, o Acre está vivendo o “bafafá nas eleições da OAB”.
“Apesar de ter sido convidada por ambos os candidatos, não faço parte da gestão e nunca me candidatei a nenhum cargo na OAB, acredito sim que todos os gestores que lá estão possuem competência e elegância para representar a Ordem, inclusive o autor da ação que fez parte dessa história e que almeja, apesar de mal assessorado a presidência. Plagiando O jornalista Octavio Guedes, estamos vivendo um bafafá nas eleições da OAB-ACRE2021”, acrescenta.
“Penso que todo processo eleitoral é importante, mas processar uma advogada por achar que houve ofensa a sua honra em um grupo exclusivamente de advogados é ato intimidador e de má fé. Espero que os advogados reflitam quais proposta são de fato para elevar a OAB – ACRE, pois a escolha certa no processo eleitoral é necessária para boa condução da Instituição. Atacar é um ato de coragem, e como não vivemos numa ditadura, negar meu voto a este candidato é meu ato protesto”, concluiu.
Nossa reportagem entrou em contato com Aiache para obter um posicionamento a respeito do caso, por meio do seu número pessoal, mas não obteve êxito. O espaço está aberto para quaisquer esclarecimentos.