No Acre, mulheres são maioria em ranking de endividamento, diz Fecomércio: ‘Não sobra dinheiro’

Dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) na última semana, revelam endividamento no Acre. De acordo com o consultor da presidência da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Acre (Fecomércio/AC), Egídio Garó, afirma ter redução tanto nos endividados quanto nos inadimplentes em outubro, mas os números ainda continuam elevados.

No Acre, o verificado também foi parecido. “Dos endividados, a maioria é do sexo feminino, com idade que varia de 30 a 40 anos, e recebem renda mensal de 1 salário mínimo. Além do mais, dos questionados em Rio Branco, grande parte afirma não sobrar dinheiro para as despesas domésticas, fazendo com que busquem complementação de renda com serviços eventuais”.

Na pesquisa, os entrevistados também afirmaram terem comprometimento de renda com dívidas nos próximos seis meses, comprometendo até 50% da renda mensal. “Situação que não é aconselhável para um equilíbrio das finanças domésticas, o que os leva a uma inadimplência de, em média, 30 dias”.

No Brasil

Segundo o consultor, de um modo geral, em todo o País, um número considerável de entrevistados afirmou terem poucas ou nenhuma dívida para os próximos meses. “O que levou à redução dos indicadores de endividamento e inadimplência comparados ao mês de outubro do ano passado”.

Garó explicou que, mesmo com resultados menores que os do ano passado, o número de pessoas endividadas ainda é alto. “Dos entrevistados pela CNC, 75% estão com dívidas para os próximos 6 meses e, destes, 25% não conseguem pagar suas contas em dia. Além disso, famílias com renda familiar menor que 10 salários mínimos são as que mais contribuem para os indicadores de endividamento e inadimplemento”, reforçou.

Vilão

O maior vilão foi o cartão de crédito, seguido pelos financiamentos em lojas, segundo o levantamento da CNC. “O endividamento é causado pelas altas taxas de juros, levando à contratação de financiamentos futuros com maiores prazos para que as parcelas caibam no orçamento doméstico o que, inevitavelmente, poderá acarretar o inadimplemento, mesmo com indicadores menores do que os observados no ano passado. Estima-se um endividamento maior por ocasião das festas de final de ano e as despesas com impostos, material escolar e educação que tem seus pagamentos já a partir de janeiro de 2021”, finalizou.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, o relativo controle da taxa de inadimplência diante do cenário econômico foi impressionante. “A inflação corrente elevada e disseminada tem deteriorado os orçamentos domésticos e diminuído o poder de compra das famílias, em especial as na faixa de menor renda. Os números demonstram os esforços em manter os compromissos financeiros em dia, com renegociação e melhor controle dos gastos”, avaliou.

PUBLICIDADE