Suely Gomes dos Santos, presidente da instituição Casa do Aconchego, lar para idosos em Campo Grande, foi flagrada por câmeras de segurança agredindo fisicamente e ofendendo verbalmente moradores do local, que tem convênio e recebe repasses financeiros da prefeitura. Atenção para imagens fortes no vídeo.
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Os vídeos das câmeras internas do local foram obtidos pelo ex-enfermeiro e ex-responsável técnico do asilo, Mariomar Alberto Alves da Silva, que denunciou o caso ao Ministério Público e à Polícia Civil.
De acordo com a denúncia da promotora Cristiane Barreto Nogueira Rizkallah, o profissional afirma que Suely “não possui tato e aptidão para lidar com idosos, sobretudo com aqueles que possuem patologias de ordem mental e/ou neurológica, tendo a requerida comportamento explosivo que os assusta e os amedronta”.
O Ministério Público chegou a pedir o afastamento de Suely da presidência da instituição. Mas o juiz David de Oliveira Filho argumentou que “a retirada abrupta de alguém que está à frente de uma entidade como esta poderia causar ainda mais prejuízos aos seus institucionalizados”. Porém, o magistrado reforçou que a decisão pode mudar “se o pedido for renovado com outros elementos probatórios”.
A promotora Cristiane Rizkallah já está ouvindo testemunhas e analisando as provas da denúncia.
Defesa
A defesa de Suely diz não ter assistido aos vídeos. Ao g1, o advogado de Suely Gomes, Alex Santos, afirmou que as denúncias são “tendenciosas e com grande grau de má-fé”.
“Estamos alinhados para descredibilizar essas denúncias feitas baseadas em má-fé de dois funcionários da gestão anterior e que foram demitidos. Não tive acesso aos vídeos e tenho certeza que não depõem contra minha cliente”, afirma o advogado.
Ainda segundo Alex Santos há uma carta feita de próprio punho pela filha de um dos idosos, supostamente maltratado, em que ela “afirma que o pai é muito bem tratado e se sente segura deixando o pai lá”.
Sobre a ação que corre na Vara da Criança, Adolescente e Idoso, o advogado da acusada afirmou “desconhecer” a ordem de distanciamento dos abrigados e disse que Suely está “trabalhando normalmente”.
Suely Gomes assumiu o comando da casa para idosos, que se chamava Casa Abraão, no fim do ano passado, quando Edméa Almeida Couto, na época com 73 anos, pediu para deixar o cargo. Com a mudança de comando, e a extinção da antiga parceria com a prefeitura, foi criada a Caso do Aconchego.
A promotora responsável pelo caso, Cristiane Barreto Nogueira Rizkallah, disse que Suely demonstrou interesse em tomar conta da casa abrigo. Ela foi presidente da Associação de Moradores do bairro Arnaldo Estevão de Figueiredo, onde montou um centro-dia para atendimento de idosos. Esse trabalho a credenciou a ser aprovada, numa reunião na Secretaria de Assistência Social (SAS), com a anuência da própria promotora, para a presidência da instituição. Um novo convênio com a prefeitura foi feito.
A SAS informou que não foi comunicada oficialmente sobre essa ação civil e, tão logo isso aconteça, “tomará as medidas cabíveis e de competência da secretaria.”