Coluna: A chapa Lula e Alckmin será a chapa da tristeza

Bom, não tem como fugir mais do tema. Temos de falar da possível chapa Lula-Alckmin. A gente sabe muito bem que política significa sujar as mãos, chafurdar nos problemas da governabilidade, se emporcalhar com as forças necessárias para ter uma mínima estabilidade em Brasília. Sim, a gente sabe que, para fazer política, tem de negociar com aqueles que nos fariam vomitar, tem de ceder diante de personagens que nos contaminam só com sua presença.

Sim, sabemos que, para mudar alguma coisa, não se pode permanecer na utopia, no reino do abstrato, das quimeras, pois o real está sempre muito mais embaixo. Sim, sabemos que não há político imaculado, sabemos muito bem que virgindade e política não combinam, aliás são absolutas inimigas. A gente sabe, mas, caramba, como a gente gostaria que fosse diferente.

Lula e Alckmin. Sim, ninguém duvida que esta é uma chapa potente em termos eleitorais. Lula tem de se aproximar do tal do mercado, essa figura onipresente que nomeamos de forma imprecisa, mas que tem uma enorme concretude, uma concretude às vezes lapidária, os nomes e sobrenomes que movem os bastidores do País. Sem eles, nada. Nomes que sempre têm de ser seduzidos uma e outra vez, uma e outra eleição. Nomes que nunca ganharam tanto dinheiro como nos governos Lula, mas que, mesmo assim, precisam ser novamente convencidos.

Lula também precisa conquistar o Centro, os insatisfeitos com Bolsonaro, mas que não confiam tanto nele como no passado. Aqueles que reconhecem o legado petista, que sabem, que sentem, no bolso, na boca, que com ele comiam melhor, pagavam mais boletos e tinham mais sonhos.

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