Gregos e troianos
Pré-candidato ao Governo do Acre, o deputado estadual Jenilson Leite (PSB) foi entrevistado hoje no programa A Voz do Povo, da Rádio Cidade, conduzido pelos jornalistas Itaan Arruda e Marcelina. Como de costume do programa, os ouvintes podem ligar e fazer perguntas aos participantes. O que chamou a atenção da coluna foi que um desses telefonemas partiu de um ouvinte que se declarou ‘bolsonarista’, e mesmo assim declarou voto em Jenilson, que faz parte de um partido de esquerda. Está agradando a gregos e troianos.
90%
O ouvinte, de nome Toninho, já começou a sua mensagem se posicionando: “Eu sou anti-Lula e sou bolsonarista, mas não sou alienado não”, avisou. A partir dali, foi só elogios ao trabalho do médico, principalmente na pandemia. “Tem 90% de chances de eu votar no senhor. E olhe que eu não sou de esquerda”, declarou.
Conselho
O eleitor aproveitou o momento também para aconselhar o deputado: “Seja o que o senhor é. E o senhor é um homem preparado para ser o governo do Estado, o senhor está habilitado”, encerrou.
Equilíbrio
A fala do ouvinte mostra que, apesar da polarização, Jenilson vem se gabaritando como o candidato do equilíbrio. Mas isso não significa que ele esteja em cima do muro, o que acontece é que o eleitor está deixando o partidarismo de lado e pensando além da direita e esquerda.
Candidatura
Na mesma entrevista, Jenilson falou do objetivo de sua pré-candidatura. “Eu não sou daquelas pessoas que são candidatas a qualquer custo, não sou candidato de mim mesmo, meu interesse é ser candidato para ajudar o meu estado”, disse.
Pode mudar
O socialista, porém, disse que a disputa pelo Governo do Estado não é um caminho sem volta. A depender das alianças construídas para as eleições do próximo ano, Leite pode mudar o cargo que irá disputar.
Fator JV
E essa possibilidade de mudança passa pela definição do ex-senador Jorge Viana (PT) sobre que cargo irá disputar. “A partir do entendimento nacional e se ele tiver a disposição de ser candidato para o Governo, não tem problema nenhum em a gente conversar. Se ele vier para o Governo, eu posso redirecionar a minha candidatura talvez para o Senado, provavelmente, mas eu estou muito empenhado e comprometido e até acho que o Jorge tem sinalizado muito mais para uma candidatura ao Senado do que ao Governo, e penso que tudo vai depender das conversas”, disse Jenilson.
Sem apego
Esse posicionamento de Jenilson sobre a possibilidade de mudar o rumo da caminhada mostra que o deputado está mais comprometido com seu campo político do que exclusivamente com o seu nome. Não há apego à candidatura, e sim a um projeto político.
Federação
Mas essas definições devem ficar apenas para meados de março ou abril de 2022, já que todas as alianças e articulações locais dependem do andar da carruagem da montagem da federação partidária, que vem sendo construída nacionalmente entre PSB, PT e PCdoB. Batido o martelo da federação, o cenário fica muito mais claro, em por consequência, as definições das candidaturas devem acontecer tão logo a federação seja oficializada.