Acreana eleita Miss Brasil “Sou gordinha sim” diz que ouviu muitas frases preconceituosas

A acreana Andréia Regina Nogueira, de 32 anos, foi eleita Miss Brasil “Sou gordinha sim” 2021. Ela participou da competição com outras 30 mulheres de outros estados do país.

Natural de Rio Branco, a advogada contou à reportagem do ContilNet, nesta quinta-feira (30), que tudo começou a partir de suas postagens no Instagram. “Resolvi tirar fotos com biquíni e cropped – o que mulheres gordas geralmente não fazem por vergonha do próprio corpo – e postar no Instagram, reforçando a importância de se amar e aceitar a si mesmo. Certo dia, uma das embaixadoras do projeto me encontrou e me fez o convite para participar do processo. Eu aceitei”, explicou.

O concurso, que está em sua 2ª edição, foi criado pela modelo plus size Helena Custodio – quem Andréia teve a oportunidade de conhecer.

Andréia tem 32 anos/Foto: Reprodução

Cada unidade do país poderia selecionar duas candidatas. O Acre só contou com a inscrição de Andréia. Quem ficou em segundo lugar, com o título de Princesa Miss Gordinha Sim foi a paranaense Pauline Celestino.

“Eu aceitei para mostrar que nós, mulheres gordas, de um lugar isolado do Brasil, temos força, somos lindas e determinadas. Lembro que desde muito pequena escuto de muitas pessoas algumas frases gordofóbicas e violentas como: “ninguém vai te querer” e/ou “você tem um rosto lindo, mas precisa emagrecer”. Não podemos aceitar isso”, continuou.

Regina enfatizou que pretende unir a conquista do título à sua profissão e à luta pela inclusão de mulheres gordas nos mais variados segmentos: “Quero unir meu título à luta pela inclusão de mulheres gordas nos mais variados lugares e espaços, contribuir para a criação de uma legislação que penalize a gordofobia e ampliar a compreensão de que todos os corpos merecem respeito e legitimidade”.

“Não é sobre fazer apologia à obesidade ou dizer que pessoas magras são feias, mas fazer com que entendam que a liberdade inclui o entendimento de que podemos e devemos aceitar o nosso corpo como ele é, sem padrões determinantes”, concluiu.

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