Quase parando
As negociações para a formação de uma federação partidária envolvendo o PT, PSB e PCdoB, estão devagar quase parando. Isso por conta de uma queda de braços entre os socialistas e petistas por estados chaves. O PSB quer que o PT abdique da candidatura ao Governo em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco e Acre. O PT, por sua vez, não quer abrir mão de todos esses estados, sobretudo São Paulo, maior colégio eleitoral do país e que tem se transformado no principal entrave para a negociação avançar.
Prazo
Mesmo com o imbróglio entre os partidos, o prazo não muda, as siglas tem até março para decidir se vai ou racha. O ministro Luis Roberto Barroso, presidente do TSE, quer regulamentar até o terceiro mês deste ano (prazo máximo para valer nesta eleição), a federação com estatuto, programa, direção e finanças.
Cego em tiroteio
O PCdoB, maior interessado na construção da federação, já que enxerga nessa nova forma de aliança a chance de ultrapassar a cláusula de barreira e ter acesso ao fundo partidário e tempo de TV, tá feito cego em tiroteio observando a briga dos dois gigantes atrapalhar o andar da carruagem. Independente da união entre PSB e PT acontecer ou não, o certo é que o PCdoB vai precisar se federar. É pela sobrevivência do partido. A minha aposta é que se os comunistas tiverem que escolher um lado, será o PSB.
Concessões
A única forma do acordo ser selado é com concessões de ambos os lados. É preciso parar de puxar a corda e encontrar um equilíbrio entre perdas e ganhos para cada sigla envolvida na federação.
Mudança de rumo
Diante do cenário cada vez mais complicado, o PSB vem se aproximando do PDT, do pré-candidato à presidência Ciro Gomes. Carlos Siqueira, presidente do PSB, e Carlos Lupi, presidente do PDT, marcaram um encontro que deve acontecer após o dia 15 de janeiro para discutir a possibilidade de aliança para a eleição deste ano.
2018
A tentativa de uma aliança entre trabalhistas e socialistas não é de hoje, em 2018 essa união quase se concretizou. Mas ficou no ‘quase’ justo por uma manobra do PT. Para não ver os socialistas no palanque de Ciro Gomes no último pleito presidencial, o PT retirou a candidatura da deputada federal Marília Arraes ao Governo de Pernambuco e em troca o PSB prometeu neutralidade na disputa.
Poker
O movimento de Carlos Siqueira de se aproximar do PDT lembra um blefe de um jogo de poker. Com a reunião, ele mostra ao PT que tem um plano B caso os petistas não cedam às suas exigências. Esperar pra ver se vai dar certo.
Acre
Mas se de fato essa aliança acontecer, o cenário da disputa eleitoral do Acre vai embaralhar mais uma vez. O PDT, partido fiel da base de Gladson Cameli (PP), vai ter que pular para a oposição e caminhar junto ao pré-candidato socialista ao Governo do Estado, o deputado estadual Jenilson Leite (PSB).
Senado
Neste cenário, o PDT poderia indicar ou o vice ou a vaga de Senador na chapa de Jenilson. Nome mais destacado no PDT, a vereadora de Rio Branco, Michelle Melo, seria um excelente nome para disputar o Senado e fazer uma dobradinha com o deputado estadual.
Vontade tem
Não seria trabalhoso convencer a vereadora a topar a empreitada, já que ela mesma colocou seu nome à disposição do partido para a disputa majoritária, só que para o Governo. Seria só uma mudança endereço, do Palácio Rio Branco para o Palácio Nereu Ramos, o Congresso Nacional.
Médicos
Fato curioso é que, caso juntem-se para a disputa, seria uma chapa de médicos. Jenilson e Michelle são médicos de formação e atuação, mesmo em atividade parlamentares, nunca abandonaram as atividades médicas.