Nos últimos três dias temos acompanhado o crescimento no número dos casos de Covid-19 em todo o Acre. Preocupado com o cenário, o deputado estadual Jenilson Leite (PSB), que também é médico infectologista, gravou um vídeo onde sugere que o Estado e as prefeituras dos municípios acreanos façam parcerias com escolas e igrejas, por exemplo, para que estes locais se tornem ponto de vacinação contra a Covid-19.
O deputado leva em conta que mais de um ano depois do início da imunização no Acre, apenas 47,73% da população recebeu as duas doses do imunizante. A porcentagem é uma das piores do país, colocando o estado abaixo somente de Roraima e Amapá, que imunizaram 39,68% e 39,50%, respectivamente.
Mas apesar dos números altos de novos casos no estado, a quantidade de internações é baixa e as pessoas que até agora apresentaram sinais mais graves da doença e precisaram ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), são as que não foram vacinas, de acordo com dados da Secretaria de Saúde.
“Diante do novo cenário epidemiológico, em que estamos vendo o tempo todo as pessoas falando que testaram positivo, mas o número de pessoas hospitalizadas já não é o mesmo, e isso só se dá porque muitas dessas pessoas que testam positivo estão vacinadas, e tem no seu organismo um escudo imunológico, o que faz com que a doença chegue de forma mais leve em todas elas. Então aí está a chave, nós precisamos sobretudo ampliar a vacinação e ampliar pedindo ajuda àqueles que podem ajudar e estão capilarizados nos mais diferentes lugares onde o povo vive, que são as escolas e as igrejas, que poderiam muito bem, a partir de grandes parcerias, vivarem postos de vacinação, locais onde a população pode buscar a vacina para se proteger deste vírus tão perigoso”, diz Jenilson.
O médico lembra ainda que neste cenário em que já se fala em uma terceira onda do coronavírus, é preciso pensar nos profissionais de saúde, contratar vacinadores para reforçar os quadros desfasados. “Diante deste momento em que voltamos a viver com o crescente aumento de casos de Covid no nosso estado e a pergunta é: o que fazer?, Já que nós enfrentamos duas ondas e temos um sistema de assistência já bastante fragilizado, com nossos servidores em saúde estressados, cansados e em um número muito pequeno”, pontua Leite.
Para Jenilson, o avanço da vacinação pode, inclusive, impedir que medidas restritivas mais severas sejam adotadas. “Se nós centrarmos forças apenas nas medidas restritivas e não agirmos coletivamente, nos juntando para enfrentar com o que melhor nós temos, que é a vacina, este vírus tão perigoso certamente, vai nos afetar e iremos mais uma vez pessoas e presenciar muitas despedidas”, finalizou.