Narciso: ‘Não vejo com bons olhos a polarização Lula/Bolsonaro, nem a fragmentação da terceira via’

Terceira via

Não vejo com bons olhos e sã consciência a polarização Lula/Bolsonaro, ainda menos a fragmentação da 3ª via.

Nada contra àqueles que são contrários a reeleição do presidente Jair Bolsonaro e tampouco contra aqueles que consideram o retorno do ex-presidente Lula um retrocesso político para o nosso país, entretanto, para que isto não aconteça, os candidatos da 3ª deveriam se unir em torno de um único nome, caso contrário, nenhum deles conseguirá chegar ao segundo turno. Desta feita, estarão contribuindo para a consolidação da polarização que dizem condenar. Para tanto bastaria que os candidatos da chamada terceira via respeitasse a matemática eleitoral para verificarem que, fragmentados como se encontram, a esperá-los, apenas um funeral coletivo.  

Com tantas e gravíssimas crises a nossa frente e todas dependendo de um armistício entre os nossos representes políticos, como enfrentá-las, quando o assassinato de reputações, e em tempos de internet, se transformou na principal arma? E de todos os lados e vertentes.

Esta maldita, diria até, desastroso legado, resultou da Operação Lava-Jato, de triste memória. A criminalização da nossa atividade política, em grau máximo e inaceitável se fez acompanhada dos espetáculos midiáticos promovidos pela referida operação, tendo à frente, o ex-juiz Sérgio Moro e o ex-procurador da República, Daltan Dellagnol.

Em sendo a corrupção um dos mais ameaçadores cupins da nossa República não apenas precisava como continua precisando ser combatido, sobretudo, combatendo as suas causas e não apenas os seus efeitos. Pior ainda, de forma seletiva.

O tempo já demonstrou e mais ainda restará francamente demonstrado, que a Operação Lava-Jato, quando no alto de sua fama, agia movida de um viés político. Já antes das eleições de 2014, a despeito da reeleição da então presidente Dilma Rousseff, seus integrantes não escondiam o anti-petismo que os moviam. 

Não afirmo que a Operação Lava-Jato poupou alguns políticos, entretanto, em sendo do PT e contra o próprio ex-presidente Lula, para além de suas ações, os espetáculos midiáticos completavam às suas pretensões, ao tempo que o heroísmo do estão juiz Sérgio Moro se consolidava.

Nem mesmo os mais altos escalões do nosso poder judiciário observaram que os seus pés eram de barro, algo que restou comprovado, muito tardiamente, quando o STF-Supremo Tribunal Federal o julgou o ex-juiz Sérgio Mora como tendo sido parcial e incompetente.

Ao aceitar as funções de Ministro da Justiça do governo Jair Bolsonoro, cuja vitória a Operação Lava-Jato em muito contribuiu, Sérgio Moro revelou  qual verdadeiramente era o seu interesse, o de um dia se tornar presidente da nossa República. Daí a sua atual candidatura.

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