O pequeno João Pedro Lima, de 8 anos, e o primo Murilo Moraes, de 7 anos, se vacinaram no último dia 25 em Rio Branco e levaram a foto de Raquel Moraes, mãe de João Pedro, que morreu em 2020, aos 37 anos, vítima de Covid-19. O momento da vacinação foi registrado pela tia de João Pedro, Isabel Moraes. A foto foi publicada no Facebook, mas acabou sendo repercutida em sites de notícia e em páginas do Instagram com alcance nacional e internacional. Ao saber da repercussão, os meninos ficaram felizes pois estavam incentivando a vacinação.
No cartaz de João está escrito “Eu me vacino! Por mim e pela minha mãe, que não teve a chance de se vacinar! #nãoésóumagripezinha”. De acordo com Isabel, a ideia partiu de João Pedro, mas que ninguém imaginava que teria essa repercussão. “Na verdade, o João queria uma blusa, mas não deu tempo de fazer e tínhamos pressa na vacina deles. A intenção era apenas uma homenagem a minha irmã e a todas as pessoas que não tiveram tempo de vacinar”, conta.
A publicação com mais de 300 comentários reúne diversos internautas que expressaram seus sentimentos quanto à atitude dos pequenos.
“E novamente as crianças ensinam o que muitos adultos não são capazes.”, disse um dos internautas. “A gente fica feliz por eles vacinarem mas triste pela mãe/tia e pelas tantas milhares de pessoas que não tiveram essa oportunidade”, escreveu outra. No Twitter também houve repercussão, onde dezenas de pessoas deixaram seus comentários sobre a homenagem das crianças. “Essas coisas partem meu coração, nenhuma criança deveria crescer sem a presença da mãe”, disse um usuário da rede social.
Raquel Moraes de Lima, de 37 anos, era servidora de carreira do Instituto Socioeducativo do Acre (ISE) há 11 anos, período em que atuou como assistente social membro da equipe técnica, coordenadora técnica em várias unidades socioeducativas na Capital, além de ter sido diretora do Centro Socioeducativo Santa Juliana. Segundo Isabel, a morte da mãe do menino ainda é muito sentida por João. “Ele fala nela quase todos os dias e chora com frequência. No dia que ele se vacinou, chorou, porque a mãe não estava lá”, conta.