Narciso: ‘Elites políticas, econômicas e intelectuais precisam por fim a guerra suja em que nos encontramos’

Liberdade. 

Embora seja um dos mais destacados direitos e em todas  às democracias, a liberdade tem seus próprios limites, As leis.

A liberdade, para compreensão até mesmos dos menos avisados, encontra nas leis de trânsito as suas próprias razões. Quando alguém chega num cruzamento de ruas ou de avenidas e se depara com o sinal vermelho, imediatamente você pára e assim o faz para não obstruir o direito daqueles que encontrando o sinal verde possa trafegar livremente, e sem riscos.

Vamos recorrer, novamente, as nossas leis de trânsito: se você estiver dirigindo um veículo e estiver alcoolizado, para além do permitido, você estará cometendo um crime capaz de levá-lo a morte, e o mais grave, de levar a morte de outras pessoas. Ainda mais: você não pode dirigir um veículo se não portar a já tradicionalmente exigida carteira de habilitação?

Os exemplos acima se prestam para todos aqueles que imaginam que a liberdade é um direito absoluto, particularmente, nas questões que lhes interessam, a exemplificar, o direito a livre manifestação do pensamento, sobretudo, utilizando os nossos avançadíssimos meios de comunicação.

Você pode utilizar uma rádio, uma televisão ou as nossas redes sociais para fazer pregações favoráveis à pedofilia e ao racismo, ainda que de forma um tanto quanto disfarçada?

Consoante as nossas leis, certamente, não. Em relação ao nazismo, você pode defender a sua legalidade no nosso país, e mais ainda, por em dúvidas a existência do holocausto ocorrido quando da 2ª guerra mundial e que levou a morte seis milhões de judeus, barbaramente assassinados em campos de concentração?

Volto a repetir o que já disse diversos filósofos, se não nos seguintes termos, mas de forma assemelhada: Ser-se livre é respeitar a liberdade dos outros, assim como, o seu direito termina quando começo o direito do outro.

Lamentavelmente, na nossa atividade política, de onde deveria partir os melhores exemplos sobre a liberdade de expressão e os seus limites, temos assistido a um verdadeiro assassinato de reputações. Até mesmo a adjetivação nazista, tem sido recorrente, até mesmo pelos candidatos e seus apoiadores que já polarizaram as nossas próximas eleições. Serem tratados de ladrões, já se transformou numa linguagem bastante comum e usual.

Até mesmo as nossas instituições, a exemplo do nosso STF-Supremo Tribunal Federal, tem sido alvo dos injuriosos, dos infamantes e dos caluniadores. Em continuando assim, ao invés de nos tornarmos o país do futuro e que há muito tempo esperamos, estaremos caminhando para nos tornamos no país das trevas, e a nos esperarmos, restas-nos o caos social.

As nossas elites políticas, econômicas e intelectuais precisam com urgência por fim a guerra suja em que nos encontramos, do contrário, o pior ainda virá, e a partir de então, restará estabelecido o salve-se quem puder.

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