Escola acusada de negar vaga a menino autista no AC se posiciona após polêmicas

Após relato feito pela influenciadora digital acreana Jamila Roysal nas redes sociais por não ter conseguido realizar a matrícula do filho com Transtorno do Espectro Autista (TEA), a escola de ensino privado Águias do Saber, supostamente envolvida na situação, publicou uma nota de esclarecimento na última sexta-feira (25) afirmando que a turma a que a empresária queria matricular já estava na capacidade máxima de alunos.

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Ainda em nota, a instituição de ensino, localizada em Rio Branco, complementou dizendo que foi levantada a possibilidade de matricular o filho de Roysal no período vespertino. No entanto, como a mãe justificou que o menino faz terapia à tarde, a responsável pela matrícula disse que iria chamar a coordenadora e pediu para esperar.

“No entanto, antes da chegada da coordenadora, a senhora Jamila Roysal se retirou da secretaria da escola, e mesmo com a ida da coordenadora até seu veículo, preferiu não concluir o atendimento”, complementou.

Segundo a direção, a turma em questão, requerida pela mãe, já atende, inclusive, três alunos especiais. Contudo, como decisões acerca das resolutivas estabelecidas pelo Conselho Estadual de Educação do Acre (CEE/AC) não estão sob o alcance da coordenação escolar, a secretaria não teria autonomia para fazer quaisquer modificações fora do âmbito da efetivação da matrícula.

“O IAS (Instituto Águias do Saber) não nega matrícula de nenhum aluno, seja especial ou não, mas sempre respeita as diretrizes estabelecidas pelo CEE/AC, pois elas são a bússola para manutenção de um ensino de qualidade”, finalizou, complementando que os documentos relacionados à situação, incluindo relatório com imagens, já foram encaminhados ao Ministério Público do Acre (MPAC), ao Conselho Tutelar e ao CEE.

O CASO

No último dia 23 de fevereiro, a empresária Jamila Roysal publicou um vídeo nas redes sociais onde denunciava a escola, que até então não teve o nome divulgado, que supostamente não teria efetivado a matrícula do filho autista. A situação em questão aconteceu no dia 09 deste mês, e ela falou que ao saberem que o filho tinha TEA, alegaram um erro no sistema afirmando que não teria vaga.

Ainda segundo a influenciadora, a situação mudou quando ela chegou a abaixar a máscara para enxugar o suor do rosto e foi reconhecida. Então, perguntaram se a criança era especial e ela concordou. Com uma espera de, aproximadamente, 20 minutos, a coordenadora voltou e disse à mãe que não tinha vaga.

“Eu indaguei: ‘mas eu confirmei três vezes com você e você disse que sim, que tinham três vagas’, ela disse que estava enganada e que o sistema estava desatualizado. Eu chorei igual uma mãe quando perde um filho, após me ver naquela situação. Após a notícia, ela pede que eu converse com a coordenação para buscar vagas, pois ela não podia fazer nada. Detalhe, eu tinha que ir me humilhar por uma vaga que já existia a 15 minutos atrás”, falou.

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