A dona de casa Gesineide Nogueira Sampaio, 38 anos, afirma que foi vítima de negligência médica no hospital regional João Câncio Fernandes, em Sena Madureira, após um parto mal sucedido. “Fui retalhada e meu filho está com o braço paralisado”, denuncia a mulher, garantindo que se submeteu às orientações previstas no pré-natal da unidade.
A criança, que chora bastante como se sentisse muita dor, já está há vários dias com o braço numa tipoia, suporte que se prende ao pescoço utilizado para imobilização dos braços, ombros e mãos em caso de contusão ou fraturas.
Segunda ela, exames concluíram que o bebê era grande demais para nasceu de parto normal. A equipe médica, no entanto, desde sua entrada no hospital, manteve todos os procedimentos para o parto tradicional. “Após vários dias indo ao hospital, sempre obtive a mesma resposta, ou seja, de que eu não poderia fazer a cirurgia. Passei mal e me aplicaram uma sequência de medicamentos para dor e dilatação Quando percebei, já estava em trabalho de parto”, contou ela, que teve um aumento considerável de sua pressão arterial.
Com muito esforço, ainda segundo a mãe, a criança conseguir ficar com a cabeça de fora, o que obrigou a equipe médica a retirar o bebê à força. “Eles me cortaram toda. Foi um momento muito difícil e pensei que iria morrer”, desabafou Gesineide, acrescentando que, até o presente o momento, os médicos não sabem explicar o motivo da criança não mover o braço.
O deputado estadual, Ghelen Diniz (PP), disse que vai investigar o ocorrido. “Isso é apenas mais um caso do caos que se tornou a saúde no Estado. Constantemente, na tribuna da Assembleia Legislativa, tenho denunciado esses desmandos e descasos”, declarou o parlamentar, lembrando que, há quase um ano, o aparelho de radioterapia do Hospital do Câncer está à espera de conserto.
Sesacre vai investigar denúncia
A diretora de Atenção à Saúde, da Secretaria de Estadual de Saúde (Sesacre), Ana Cristina da Silva Carvalho, disse que entrou em contato com a direção do hospital João Câncio Fernandes e solicitou todas as informações sobre o caso, e que de imediato determinou o atendimento a todas as demandas de saúde dos pacientes (mãe e filho). Em seguida, decidiu pela abertura de investigação do caso para apurar a denúncia sobre possíveis erros de conduta.