O Real Forte Príncipe da Beira fica localizado em Costa Marques, interior de Rondônia. Ele foi construído pelos portugueses no século XVIII para servir como ponto militar. O local deveria ser usado para defender as terras já conquistadas por Portugal durante a disputa com a Espanha (veja acima imagens do forte atualmente).
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A história do Príncipe da Beira voltou aos holofotes nesta semana quando uma suposta descoberta de Ratanabá, uma civilização secreta no coração da Amazônia, se espalhou nas redes sociais.
Segundo as postagens, que viralizaram no TikTok, no Twitter e no Instagram, a cidade seria “maior que a Grande São Paulo”, e era “a capital do mundo” e “esconde muita riqueza, como esculturas de ouro e tecnologias avançadas de nossos ancestrais”. Porém essas informações são consideradas sem fundamento.
De acordo com o arqueólogo Eduardo Goés Neves, professor do Centro de Estudos Ameríndios da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Laboratório de Arqueologia dos Trópicos do Museu de Arqueologia e Etnologia da mesma instituição, “tudo isso é um delírio”.
Parte das imagens divulgadas erroneamente como sendo da cidade perdida podem ser atribuídas, na verdade, à região do Forte Príncipe da Beira, em Rondônia.
O Príncipe da Beira
O forte tem uma dimensão de 970 metros e é considerado a maior edificação militar portuguesa construída fora da Europa, durante o período do Brasil Colonial. Ele está localizado no município de Costa Marques, distante aproximadamente 730 km da capital Porto Velho.
As imagens abaixo foram feitas pela equipe da Rede Amazônica em 2022, durante visita ao forte. Nelas é possível ver edificações que seguem de pé e parte das ruínas da estrutura.
No Real Forte Príncipe da Beira foram construídos quatro baluartes de 59 metros de largura. Os baluartes foram chamados de “Nossa Senhora da Conceição, Santo Antônio, Santa Bárbara e Santo André Avelino”. Cada um tinha espaços para canhões, que com o passar do tempo foram furtados.
Parte do forte foi construído com pedras retiradas do rio Guaporé. Ele também continha um calabouço que adiante seria usado como celas para prender os chamados “degradados”.
Atualmente com mais de 230 anos de história, o monumento arquitetônico é diariamente visitado por turistas. Ele foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1950 e é de propriedade do Exército Brasileiro.