Mais de mil crianças de Telford, na Inglaterra, foram exploradas sexualmente desde 1989 porque a polícia e os governos locais falharam em investigar os agressores, concluiu um inquérito independente nesta terça-feira (12).
O inquérito foi lançado após uma investigação do jornal “Sunday Mirror” em 2018 descobrir relatos de exploração sexual que datavam dos anos 1980. Desde então, o inquérito confirmou esses relatos e descobriu que se permitiu que o abuso continuasse existindo porque as crianças acabavam recebendo a culpa por ele, não os agressores.
Professores e trabalhadores que tinham contato com crianças e jovens eram desestimulados a relatar abuso sexual infantil, e a polícia temia que investigar alguns dos homens acusados, que eram asiáticos, porque isso poderia ser inflamatório às tensões raciais, segundo o relatório.
“Incontáveis crianças foram agredidas sexualmente e estupradas. Elas eram deliberadamente humilhadas e degradadas. Elas eram compartilhadas e negociadas”, disse o presidente do inquérito.
“Vítimas e sobreviventes várias vezes disseram ao inquérito como, quando eram crianças, homens adultos trabalhavam para ganhar sua confiança antes de traí-la impiedosamente, tratando-as como objetos sexuais.”
A polícia local pediu desculpas pelas suas falhas e o governo local pediu desculpas aos sobreviventes.