Momento de homenagens e muita emoção na despedida do policial militar Wesley Almeron de Oliveira, de 25 anos, que morreu durante ações do curso de intervenções rápidas ostensivas em Goiás, no último sábado (16).
Familiares, amigos, policiais militares e os irmãos do Giro foram até o cemitério Jardim da Saudade, em Rio Branco, na tarde desta segunda-feira (18), às 15h, onde foi feita a mais dolorosa das homenagens, a de despedida.
O momento foi de total concentração e seriedade, todas as honras dedicadas ao Cavalheiro de Aço 364. O comandante Geral da PMAC, Coronel Paulo Cesar Gomes da Silva, acompanhado de policiais do alto escalão da PM, aguardou a chegada do cortejo fúnebre em tom de respeito.
O trajeto até o cemitério foi marcado por sirenes e por onde o cortejo passava, a mensagem de que alguém especial tinha feito a sua partida emocionava as pessoas nas ruas. Na chegada do carro do Corpo de Bombeiros que transportava o corpo do PM, além de familiares, homenagens do Giro, com salva de tiros. Todos os presentes mantinham um silêncio compenetrado, uma reação natural à seriedade empregada na ocasião.
A família do cavaleiro de aço Almeron teve prioridade em todas as ocasiões e seus irmãos do Giro fizeram a oração do Cavaleiro de Aço, momento de muita emoção para os presentes.
A jovem esposa do PM, Ketlhen Okimura, mãe da pequena Diana Okimura de Oliveira, filha do casal, não tinha palavras no momento de dor, mas ainda conseguiu dizer ao ContilNet que está muito agradecida pelas inúmeras ligações que recebeu, mensagens do Brasil inteiro. “Muita gente mandou mensagem, ele era muito querido e esse carinho conforta a família. Muito difícil pra mim ter que me despedir dele tão cedo”, disse ainda abalada após o sepultamento.
A mãe do PM, Maria Zenilda Ribeiro da Silva, muito abalada ainda, revelou ao ContilNet que chegou a pedir para ele não viajar. “Eu estava sentindo algo que não sabia explicar, mas eu pedi pra ele não ir. Enquanto ele esteve fora, toda vez que eu tocava no nome dele chorava e agora sei porque”, comentou.
“Na sexta-feira à noite eu falei com ele, que o amava com todas as forças do mundo. Ele disse que estava acabando e que em breve estaria em casa. Mas eu senti que algo iria acontecer”, disse Zenilda, ao lado do irmão do PM Almeron, Leandro Ribeiro da Silva, de apenas 11 anos. O pai de Wesley, Frisley Andrade de Oliveira, também participou da solenidade de despedida.
Irmãos do Giro
O Giro é um grupo tático que atua em áreas especiais, com uma modalidade de policiamento diferenciado do serviço normal de trânsito. O estado de Goiás é pioneiro nesta modalidade de policiamento. “Ele foi em busca de um sonho, ele queria muito ser cavaleiro. Almeron era um policial vocacionado”, disse o tenente Jonathas Willian Chaves Rocha, superior imediato do PM.
Almeron iniciou na PM em 2019 como soldado, em 2020 entrou para o Giro e já iniciou no estágio de intervenção rápida ostensiva. Neste ano de 2022 estava realizando o sonho de se tornar cavaleiro de aço.
“Ele já estava na fase final, tinha sido aprovado em todos os estágios e estava atuando. Ele nasceu para ser do Giro. Sempre foi muito esforçado, em tudo que fazia, ajudou a mãe dele no comércio de camelô, foi frentista e era um excelente policial, dedicado, disciplinado. Realmente a corporação teve uma enorme perda com a morte dele”, disse o sargento Manoel Zuza da Silva, sub-comandante do Giro que atuava na mesma guarnição do PM Almeron há mais de um ano.
Cavaleiro de aço 364
Cada cavaleiro que se forma tem uma numeração. Depois que concluísse o curso, o PM passaria usar essa numeração para se apresentar em qualquer lugar. “Se tornaria um RG dentro da modalidade motopatrulhamento tático”, explicou o tenente Willian.
O cavaleiro de aço Almeron era conhecido pelo entusiasmo com que exercia a profissão. “Quando ele restituía um bem de alguém da comunidade se entusiasmava, nos estimulava a continuar perseverando na profissão que escolhemos, em todas as corporações. Ele realmente era um ser humano incrível”, completou o tenente, acrescentando sobre a importante missão da PM. “Muitos policiais colocam a vida a prova para melhorar a vida de todos e isso merece ser registrado”.