O boletim “Descontrole no Alvo”, emitido pelo Instituto Igarapé, na última sexta-feira (22), traz um alerta sobre o aumento de armas em circulação na Amazônia Legal, nos últimos três anos.
Entre dezembro de 2018 e novembro de 2021, enquanto o registro de armas por pessoas físicas no Brasil cresceu 130,4%, o crescimento na Amazônia Legal foi de 219%, segundo o relatório.
Os estados que compõem a Amazônia Legal são: Amazonas, Amapá, Pará, Acre, Roraima, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso e Maranhão.
Para se estimar o crescimento, juntos, os estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia tinham, em dezembro 2018, 2.648 armas legais. Em novembro de 2021, saltou para 14.958.
O estudo aponta que as facilidades criadas pelo governo federal na política de acesso à armas favoreceram esse crescimento.
A pesquisa também chama a atenção para a disparada do número de armas nas mãos de caçadores, atiradores e colecionadores, os chamados CACs.
Atiradores esportivos, por exemplo, podem ter até 60 armas — metade delas de uso restrito como os fuzis semiautomáticos.
O boletim “Descontrole no Alvo”, mostra que, no período analisado, os registros de armas para os CACs cresceram 464,4% nos estados do Amazonas, Acre, Roraima e Rondônia. A nível nacional aumento foi de 126%.
O estudo lembra que a única espécie cuja caça é permitida no Brasil é o javali e que tem pouca presença na região amazônica.