Recenseadores do IBGE são assaltados durante coleta de dados para Censo 2022

Recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) que atuam em Manaus têm sido vítimas de assaltos durante a coleta de dados para o Censo Demográfico 2022. Segundo o IBGE, até quinta-feira (25), foi registrado o roubo de 20 dispositivos móveis de coleta e seis tablets, na capital amazonense.

O órgão informou que tem “total preocupação com a segurança dos recenseadores, e que faz comunicação institucionais e com líderes locais para evitar situação de perigo”. O g1 também questionou a Polícia Militar, e aguarda retorno.

Recenseador opera equipamento. — Foto: Reprodução

Recenseador opera equipamento. — Foto: Reprodução

Em entrevista à Rede Amazônica, uma das agentes de coleta de dados para o Censo relatou que foi assaltada no momento em que entrevistava um morador da capital amazonense.

“Eu estava fazendo a entrevista com uma morador, e chegaram dois jovens que me abordaram por trás, e levaram o aparelho utilizando para fazer o Censo, porque o meu celular eu deixo em casa. Por conta disso, acabei ficando na mão, e passei quatro dias sem poder trabalhar”, afirmou a recenseadora, que preferiu não se identificar.

De acordo com o próprio IBGE, desde o início da coleta, 184 recenseadores pediram demissão no Amazonas, sendo 146 pedidos só na capital. Os principais motivos alegados durante a solicitação de desligamento foram falta de adaptabilidade ao trabalho, assédio, importunação e os assaltos.

Outra queixa recorrente entre os coletores de dados do IBGE é que muitos moradores estão se recusando a recebê-los, por medo e falta de informação (veja abaixo como identificar um recenseador).

No Amazonas, a previsão é que cerca de 1,1 milhões residências sejam visitadas. O levantamento realiza uma ampla coleta de dados sobre a população brasileira e permite traçar um perfil socioeconômico do país.

Falta de pagamento

Além da insegurança, recenseadores ouvidos pela Rede Amazônica também reclamam sobre atraso para receberem o pagamento pelos serviços prestados.

“A partir do momento que eu finalizei esse setor, com cinco dias a gente receberia. E já tem vários colegas com mais de 12 dias úteis que já finalizarem seus respectivos setores, e ainda não receberam. E a gente se preocupa, porque nós temos família, e contas que não esperam para serem pagas”, disse uma outra recenseadora, que também preferiu não se identificar.

Em relação aos pagamentos, o IBGE informou que todos os casos estão sendo verificados, e que o procedimento está dentro dos prazos legais.

Como identificar a equipe do IBGE

Cada um dos 2.702 recenseadores do Amazonas poderá ser identificado pelo seu uniforme – colete e boné, com logotipo do Censo -, pelo dispositivo móvel de coleta e por um crachá visível no bolso do colete, com nome, número de matrícula e foto.

É possível verificar a identidade do recenseador pelo site Respondendo ao IBGE ou pela Central de Atendimento ao Censo 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do agente. Para realizar a confirmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula e/ou CPF do recenseador.

Recenseador deverá estar devidamente uniformizado e equipado — Foto: Reprodução/IBGE

Recenseador deverá estar devidamente uniformizado e equipado — Foto: Reprodução/IBGE

Como grande parcela da população passa a maior parte do dia fora do domicílio, os recenseadores poderão fazer visitas no horário noturno, durante feriados ou fins de semana. Cada recenseador organizará seu trabalho a fim de conseguir entrevistar ao menos um morador de todos os domicílios. Ou seja, todos serão contados, mas nem todos serão necessariamente entrevistados.

Respeitando padrões metodológicos internacionais, os recenseadores vão visitar todos os endereços, abrangendo vários tipos de habitações: domicílios particulares, domicílios coletivos, domicílios improvisados e setores especiais, dentre os quais destacam-se terras indígenas, quilombos e aglomerados subnormais.

PUBLICIDADE