Criada um ano e um mês após a instauração do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB), ainda no Rio de Janeiro, que era a capital do país, em 1932, a Seccional da OAB Acre, ainda na época do Território Federal, não mais será apenas a mais antiga do Brasil.
No ano em que completou 90 anos de fundação, em 2 de janeiro de 2022, a instituição também passa à história como a primeira seccional da OAB no Brasil a ter como presidente uma mulher. A nova presidente, ainda que interina, será a advogada Socorro Rodrigues, eleita vice-presidente na chapa de Rodrigo Ayache.
Genro do ex-governador e ex-senador Jorge Viana, que é candidato a governador novamente pelo PT em 2022, Rodrigo Ayache achou por bem se afastar da presidência da instituição durante o acirramento da campanha em primeiro turno e também se resguardar num eventual segundo turno, a fim de que não pairem dúvidas quanto a conduta da OAB Acre durante o processo eleitoral. “O presidente optou por preservar a instituição”, disse Socorro Rodrigues.
Aos 59 anos, a advogada é formada pela Universidade Federal do Acre (Ufac), na turma de 1987. “Estou muito contente e agradecida ao saber que, da minha turma, saíram dois advogados que chegaram a presidência da nossa Ordem”, disse ela, em referência ao ex-presidente Florindo Poersche, falecido em julho de 2014.
Socorro Rodrigues tomou posse como presidente interina na tarde desta terça-feira (13), na sede da instituição, na Cidade da Justiça, numa concorrida solenidade. Sua posse coincide com a posse da ministra Rosa Weber na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), a terceira mulher a ocupar o cargo em mais de 180 anos do poder.
Rodrigues disse que sua chegada ao cargo máximo da OAB local é fruto de uma nova política da OAB nacional, ao estabelecer a política de paridade entre homens e mulheres nos cargos de direção da instituição.
Ela tomou posse reafirmando a luta pela garantia das prerrogativas do advogado, pela defesa do Estado Democrático do Direito e pediu que os estudantes e os operadores do Direito já em atuação continuem acreditando no mundo jurídico como elemento essencial à vida em sociedade e à administração da Justiça. “O Direito e a profissão de advogados são instrumentos fundamentais para a sociedade”, disse.