Na quarta-feira (28/9), a coluna LeoDias noticiou que o filho de Regis Danese estava acusando Josemar Linhares de aplicar um golpe nele e, consequentemente, sujar seu nome. Segundo Brunno Danese, ele e sua família até mesmo receberam ameaças de morte. Em nome do bom jornalismo, este espaço também ouviu o lado de Josemar, que nega qualquer envolvimento na situação e ainda diz que a história é bem diferente: segundo ele, Brunno não é ingênuo e sabia o que estava fazendo.
O que diz Brunno Danese
Antes de entrar no que diz Josemar, a coluna relembra o que Brunno afirmou a princípio: que foi enganado por um homem que se apresentou a ele como parte de uma equipe que presta assistência financeira e se ofereceu a pagar uma conta. A proposta veio após o criminoso conseguir olhar os dados bancários dele e ver transações de altos valores. Para isso, Brunno precisou transferir metade do valor ao bandido. Danese afirma que tudo era uma grande cilada: o cheque depositado pelo golpista era sem fundo e a conta do jovem empresário ficou negativada.
O que diz Josemar Linhares
Ao longo de vários minutos de conversa com esta coluna, Josemar fez questão de dizer que não fez parte de nenhum trato com Bruno, mas que tudo teve início quando amigos em comum confiaram no filho de Regis Danese por conhecer o assessor. “Tinha alguns amigos nossos em comum na festa que a gente tava e esse pessoal comentou com o Brunno a respeito de um trabalho que tava sendo realizado, nesse negócio de falcatrua de cartão de crédito (…) Eles trataram diretamente com o Brunno, inclusive por isso que eles estão aqui atrás de mim, falando que eu sou o culpado, que o Brunno é amigo meu, porque eles viram o Brunno comigo.”
Qual foi o “negócio” feito por Brunno?
Linhares explicou para este espaço qual seria o negócio que Brunno e “o pessoal” – não identificado – teriam firmado, segundo essas mesmas pessoas: “Era pra zerar a conta dele. Aí mandariam o cartão dele [Brunno] para Brasília. O pessoal falou como funciona o esquema: tem laranjas aí, pessoas que precisam lavar dinheiro, eles colocam dinheiro na conta da pessoa.”
Ele seguiu com o exemplo: “Vamos supor: o Brunno Danese está devendo eles. Tanto é que eles depositam o cheque lá no valor de R$ 265 mil na conta dele. Esse cheque em questão não é sem fundo não, porque você pode olhar lá, é de uma pessoa, tem procedência. Então esse cheque compensaria. Mas o limite do Danese voltou e o que ele fez: ao invés de fazer o repasse para o pessoal – e ele viu que o cartão de crédito dele não tá na mão dele, tá com as pessoas que ele fez negócio lá em Brasília -, ele bloqueou o cartão. Aí foi onde começou a merda toda.”
“Aí o pessoal falou: ‘P*rra, você bloqueou o cartão? Como é isso aí?’. Tipo assim, o cheque não ia voltar. Tem todo um processo em que isso é feito. Aí ele bloqueou o cartão, não sei por que ele fez isso, aí foi onde eles começaram a brigar entre eles lá, ele e o pessoal em questão [dois homens com nomes que não serão revelados]. Ele e esses caras começaram a brigar, a se desentender, em relação a valores, serviço, forma que o serviço era feito, e por aí foi. Mas assim, o cara prometeu pra ele e foi colocar o limite.”
Onde Josemar entra nessa história?
Segundo o próprio Josemar, ele agiu como intermediário entre os dois lados, quando as conversas ficaram mais alteradas: “Eu simplesmente estava fazendo a intermediação de conflitos, não de negócios. Porque eu não queria que eles brigassem, que houvesse algum desentendimento e coisas piores. A intermediação de conflitos é onde eu, que sou a ponte, conheço um, conheço outro, não tinha nada a ver com esse negócio que eles tinham feito. Mas assim, para não gerar algum desgaste, alguma coisa pior, eu me pus no meio dessa situação.”
Acusações de ameaças de morte
Sobre a acusação de ameaças de morte direcionadas a Brunno e sua família, Josemar disse que não fez isso em momento nenhum.
“Não eram ameaças. Eu liguei pra mãe do Brunno, mandei mensagem pra ela. Só queria da parte do Brunno que ele resolvesse e ele não resolveu. Ele não pegou esse pessoal, aí o pessoal foi cobrar ele. Eu falei: ‘se você está nessa questão de mencionar esse tipo de gente, então você resolve com eles, já que você é influente e eles também são, então resolvam vocês dois, eu não quero nada. Só quero que pessoas que não tem nada a ver com isso não venham a sofrer algum mal. Fazer mal pra mim, pra minha família, pra eles mesmos. Ele que fez tudo isso, eles que se resolvam’.”, se defendeu.
O assessor diz que algumas pessoas foram atrás de sua mãe, que está em um estado delicado de saúde após sofrer um aneurisma. Em conversa com Brunno, ele afirmou que teria que levar o caso à polícia caso a situação prejudicasse a ele e sua família. Segundo Linhares, Bruno tinha as informações sobre o que aconteceria durante o negócio firmado. Em conversa com esta coluna, ele enviou um áudio que afirma ser do filho de Regis Danese.
“Não é santo”, diz Josemar sobre Brunno Danese
Josemar afirma categoricamente que o filho de Regis Danese está “pagando de santo” e diz que várias pessoas o procuraram para dizer que Brunno é “cheio de problemas” e que são sempre os pais quem resolvem tudo para ele.
“Está falando que não tinha conhecimento de nada disso, que paga as coisas certinho. Eu acho que se alguém propusesse pra ele um serviço que não fosse do banco, a partir do momento que você tem vantagem sobre algo que de fato não é o valor cheio, acho que ele já tinha ciência que não era a coisa certa.”
“Eu sou uma pessoa que eu trabalho, eu curso direito, eu batalho muito na vida. Eu tava tentando ajudar ele a sair dessa latada que ele entrou. Falando pra ele consertar isso e tratar, da melhor maneira, entendeu?”, ressalta Josemar.
“Regis Danese falando que o filho dele é um anjo, e não é. Eu respeito o ser humano que o pai dele é, até pela história de vida. O pai não tem nada a ver com a história de um vagabundo de um filho desse. Mas a mãe dele e o pai dele deveriam parar de passar a mão na cabeça dele. Eu parto do princípio que criações fracas formam filhos difíceis. E criações difíceis formam filhos bons. Se ele tivesse tido essa doutrina, essa educação, da varinha verde, varinha verde no lombo, não adianta não. O que eles fizeram pra lá, não é problema meu. Mas acontece que eles estão atrelando isso a mim, não sei porque. Até porque a primeira pessoa que eles fizeram negócio, não fui eu.”