Cuidadores de pessoas com autismo e tutores de animais estão preocupados com fogos de artifício

A aproximação das possíveis comemorações das eventuais vitórias da Seleção Brasileira em jogos da Copa do Mundo de 2022, que começa no próximo domingo (20), além das festas e Natal e Ano Novo, quando a população começa a soltar fogos e rojões, é uma preocupação a mais para cuidadores de animais e de pais ou responsáveis por crianças e adultos com autismo.

Entidades como a Associação “Família Azul”, que cuidada de autistas, e da ONG “Patinha Carente”, que protege animais, além do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC), da Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seção Acre, vão intensificar, nos próximos dias, uma campanha contra os fogos no período.

“Para isso se concretizar, é simples: basta que se cumpra a lei”, disse ao ContilNet o deputado estadual reeleito Pedro Longo (PDT), autor da lei aprovada pela Aleac e sancionada pelo governador Gladson Cameli, que as entidades e instituições querem ver cumpridas para impedir a comercialização e as explosões de fogos durante os festejos.

“Sou autor desta lei atendendo uma demanda da sociedade, através de pais e responsáveis por pessoas com autismo e também por defensores de animais. Aprovada pela Assembleia e sancionada pelo governador, a lei só precisa ser cumprida, sob pagamento de multa”, disse o deputado.

A OAB entrou na campanha para pedir que a lei seja cumprida e que os fogos de artifício sejam aqueles que apenas iluminam e não façam barulho. “É muito preocupante o que acontece neste período. As crianças com autismo sofrem muito porque elas têm a sensibilidade aguçada e entram em choque com tanto barulho”, disse a presidente da Associação família Azul, Eloneida Gama, mãe de criança com autismo. Segundo ela, há pelo menos 20 mil pessoas com autismo no acre, mais de mil só em Rio Branco, a Capital do Estado.

“É muito doloroso e a gente está preocupado porque agora teremos três meses de festas seguidas, novembro, com a Copa do Mundo, dezembro com o Natal e janeiro, com o Ano Novo”, disse.

O mesmo acontece com animas, principalmente cães e gatos, que também têm muita sensibilidade auricular e costumam fugir de seus tutores com o barulho. “Após essas festas, aumentam muito o pedido de ajuda de tutores para localizarmos seus animais. Com o barulho eles se agitam e vão embora”, disse Venessa Nascimento Facundes Maia, da Associação “Patinha Carente”, que cuida de animais.

Vanessa Facundes, da Associação Patinha Carente. Foto: Reprodução

“Nós queremos que as instituições fiscalizem a aplicação da lei e que também não deixe o comércio vender tais produtos, porque esta lei também proíbe”, disse. “É tudo uma questão de conscientização. Vamos fazer uma campanha na tentativa de conscientizar o maior número possível de pessoas a fim de que, mesmo em meio a tantas festas, o barulho dos fogos seja o mínimo possível”, disse.

A desobediência à lei, tanto para a venda como para quem solta os fogos de artifício com barulho, pode resultar na cobrança de multas que podem chegar ao valor de R$ 1.500. A fiscalização pode ser feitas como órgãos como o Imac (Instituto e Meio Ambiente do Acre) e o Ibama (Instituto Brasileiro dos recursos Naturais renováveis).

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