Uma camisa gigante da seleção brasileira, com dez metros de comprimento e seis metros de largura, será exibida durante a 27ª Parada do Orgulho LGBTI+Rio, no próximo domingo, dia 27 de novembro, na praia de Copacabana.
Mais: a camisa amarela, com o escudo da CBF, terá um grande número 24 e, numa das mangas, uma faixa de capitão nas cores do arco-íris.
Camisa gigante da seleção brasileira que será exibida durante a 27a Parada do Orgulho LGBTI+Rio — Foto: Reprodução
A camisa gigante na Parada, que será carregada por 15 pessoas, faz parte de um pacote de ações da CBF contra o preconceito a pessoas LGBTQIA+.
A entidade firmou uma parceria com o GAI (Grupo Arco Íris), que prevê a criação de um Observatório para promover ações afirmativas. A entidade já patrocina o Observatório da Discriminação Racial do Futebol.
– A parceria com GAI reafirma o nosso compromisso com os pilares da nossa gestão na CBF: o respeito à diversidade, não importando a cor, raça, religião, gênero ou posição política – disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF.
A camisa gigante da CBF com a faixa de capitão nas cores do arco-íris será exibida durante a Copa do Mundo do Catar, que tem sido marcada por controvérsias e ações da Fifa muito criticadas por entidades ligadas a esta causa.
Nestes primeiros dias de Copa do Mundo, várias seleções europeias chegaram a afirmar que seus capitães entrariam em campo com uma faixa com os cores do arco-íris, numa campanha batizada de “One Love”.
Detalhes de uma das braçadeiras da One Love, formulada pela Holanda — Foto: One Love / Reprodução
Mas elas desistiram da ação quando foram, nas palavras do presidente da Federação Alemã, “ameaçadas pela Fifa” de punição com cartão amarelo dos capitães. Para “não colocar esse peso nas costas dos jogadores”, as seleções voltaram atrás e usaram uma faixa de capitão cedida pela Fifa – que também lançou suas próprias campanhas.
A CBF optou por uma saída diplomática: respeitou as regras da Fifa no Catar, não se indispôs com as autoridades locais, onde a relação entre pessoas do mesmo sexo é crime, e demostrou seu apoio à causa num evento no Rio de Janeiro.
A confederação também é uma das duas principais patrocinadoras da Parada do Orgulho LGBTI+Rio. A outra á a prefeitura do Rio de Janeiro.
O número 24 gigante a ser exibido em Copacabana também indica uma mudança de postura da confederação: no ano passado, durante a disputa da Copa América, ainda sob outra gestão, nenhum jogador da seleção brasileira usou tal número – a numeração pulava do 23 para o 25.
No Brasil, no jogo do bicho, o 24 é o número do animal veado. E por isso foi, de maneira preconceituosa, associado à homossexualidade. Ao longos dos últimos anos, vários clubes de futebol têm feito campanhas com o número para acabar com essa conexão.