Menino de 8 anos, que não tomou vacina, morre de covid-19

Um menino de apenas 8 anos morreu em um hospital do Recife (PE) após testar positivo para a covid-19. Ele passou três dias internado e faleceu no último domingo (20). Em nota enviada à CRESCER, a Secretaria de Saúde (Sesau) do município confirmou que o garoto não havia tomado nenhuma dose da vacina contra o vírus.

O menino vivia com a família no bairro de Campo Grande, na Zona Norte da cidade. Ele tinha asma e diabetes e, por isso, fazia parte do grupo de risco para a doença. Crianças com comorbidades, como ele, já podiam receber a vacina desde janeiro, no Recife.

No último dia 9 de novembro, o garoto começou a apresentar os primeiros sintomas da doença. Ele passou oito dias com tosse, febre e desconforto respiratório. Em 17 de novembro, deu entrada num hospital particular e, na sequência, foi transferido para a UTI do Hospital Jorge de Medeiros. A morte foi confirmada três dias depois. Segundo a Sesau, exames laboratoriais confirmaram que o garoto faleceu por complicações da covid-19.

A importância da vacina

 

Desde janeiro, postos de saúde de todo o Brasil já têm vacinas para proteger as crianças contra a covid-19. Alguns estados, inclusive, já começaram a vacinar os bebês a partir de seis meses com comorbidades com o imunizante da Pfizer. Para os menores sem comorbidades, a vacina está disponível para o público a partir de 3 anos.

Mesmo com a disponibilidade de vacinas, a cobertura vacinal dos pequenos contra a covid-19 ainda é muito baixa. De acordo com a Fiocruz, quatro meses após a aprovação do uso emergencial da CoronaVac em crianças de 3 e 4 anos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas 5,5% da população brasileira dessa faixa etária recebeu as duas doses da vacina.

“O atraso na vacinação infantil contra a covid-19 é preocupante, uma vez que, até junho de 2022, o Brasil registrava uma média de 2 mortes diárias por covid-19 entre crianças menores de 5 anos. Desde a aprovação da Pfizer pediátrica pela Anvisa, em 16 de setembro, 26 crianças menores de 5 anos já morreram em decorrência da doença, o equivalente a dois óbitos a cada três dias”, afirma a coordenadora do Observa Infância, Patricia Boccolini.

Segundo a infectologista Keilla Mara de Freitas, é necessário barrar a circulação do coronavírus, já que à medida que o vírus se dissemina, é possível que surjam novas subvariantes. Assim, nesse caso, a vacinação dos pequenos é fundamental. Além disso, com a proximidade das festas de fim de ano, é importante que grupos de riscos, como crianças, gestantes e imunodeprimidos, usem máscara em locais com grandes aglomerações.

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