Desde que foi indicada para o Grupo de Trabalho no gabinete de transição do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Margareth Menezes da Purificação apareceu como candidata forte ao Ministério da Cultura. Aliás, o próprio reaparecimento da pasta, transformada em secretaria no governo Jair Bolsonaro (PL), já vinha sendo anunciado ainda durante a campanha.
O nome de Margareth Menezes foi ganhando força durante o trabalho do GT de Cultura, principalmente por causa da proximidade com a socióloga e primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja. Apesar de não ter experiência política, o que causa críticas por parte da área cultura, Margareth tem o discurso e o perfil procurados pelo próprio Lula.
“Me senti lisonjeada e muito honrada, e no que eu puder colaborar, no sentido de defender a cultura plural, da cultura afro, da cultura indígena, da cultura pop, eu farei. Sou uma artista afro urbana e trago isso comigo, apoiando essa transição que quer contemplar a todos”, escreveu ela nas redes sociais, ao ser convidada para participar do trabalho no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, local onde fica a equipe de transição.
E é exatamente isso que Lula quer para o Ministério da Cultura: pluralidade. “Como artista, baiana, nordestina e pessoa que trabalha nesse contexto cultural há mais de 30 anos sei da importância de se ter uma visão de pluralidade da cultura brasileira, que é tão ampla e maravilhosa”, também escreveu a cantora, como se apresentasse o currículo para assumir a pasta.
A vida de Margareth Menezes
Margareth Menezes nasceu em Salvador, no dia 13 de outubro de 1962. Foi na capital baiana que começou a dar os primeiros passos dentro do mundo cultural. Primeiro, como atriz, apesar de já cantar no coral da Igreja da Congregação Mariana da Boa Viagem. No início dos anos 1980, participou de diversas peças e chegou a ganhar prêmios.
Ainda nos palcos, a artista notou que, na verdade, seu futuro estava no canto. Começou a compôr e a cantar e em 1988 lança o primeiro disco. O sucesso é tamanho que começa a ser convidada para fazer trabalho ao lado de nomes consagrados, como Gilberto Gil e David Byrne, líder do Talking Heads. Inclusive, a carreira internacional de Margareth sempre foi marca registrada dela.
Ao lado da música, Margareth Menezes também foi muito engajada politicamente, apesar de nunca ter se candidatado a cargos públicos. Porém, sempre apoiou abertamente o espectro esquerdo na Bahia e no Brasil.