Financiadores de caravanas bolsonaristas foram identificados, diz Flávio Dino

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou que 40 ônibus foram apreendidos em Brasília por terem transportado bolsonaristas extremistas que participaram de ato de vandalismo na Esplanada dos Ministérios, neste domingo (8/1). “Já identificamos todos os ônibus que se dirigiram a Brasília e todos os financiadores de tais ônibus. Quem financia crime, criminoso é”, declarou o ministro.

Segundo Flávio Dino, cerca de 200 pessoas foram presas e novos pedidos de prisão preventiva ocorrerão após as cenas de vandalismo na capital federal. Dino ainda ressaltou que o Exército vai agir para reestabelecer a ordem no Distrito Federal.

“Nós adotamos mais providências, visando ao reforço da segurança da capital da república. Alguns governadores estão cedendo policiais militares para fortalecerem a segurança do DF a partir de amanhã [9/1] e nos próximos dias. O interventor vai dirigir um expediente ao Ministério da Defesa, para que haja a sessão de militares para poderem apoiar esse esforço de manutenção da ordem pública do DF sob comando do interventor”, disse.

Dino afirmou que as ações ocorridas em Brasília são realizadas por “golpistas” que tentam depor o governo legitimamente eleito. O ministro criticou a atuação do Governo do Distrito Federal contra os terroristas e disse que as autoridades que não cumpriram suas funções serão responsabilizadas.

“Havia por parte do GDF uma visão de que essa situação estaria sobre controle. O governador Ibaneis Rocha, com toda certeza, ao efetuar pedido de desculpas púbicas aos chefes de Poderes, está reconhecendo que houve falha. Quero crer que o senhor governador vai apurar as responsabilidades daqueles que não cumpriram suas funções. Omissões serão apuradas”, ressaltou Flávio Dino.

O ministro da Justiça, no entanto, declarou não ter “razão para presumir má-fé”. “Alguém analisou mal ou prestou informações erradas que levou a decisões desastrosas”, disse.

Invasão

Mais cedo, Dino já havia se pronunciado sobre a invasão do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) por vândalos bolsonaristas. Na ocasião, o ministro havia informado que o Governo do Distrito Federal (GDF) reforçaria a segurança. “Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer”, disse.

Por ordem da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal a Polícia Militar atuava para conter os manifestantes, mas não obteve êxito. Flávio Dino, também havia determinado o emprego da Força Nacional, o que também não foi suficiente.

Com o decreto, militares das Forças Armadas atuarão para a retomada da ordem pública.

Mais cedo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Congresso Nacional, afirmou que acionaria a Procuradoria-Geral da República (PGR) para que fosse decretada intervenção na segurança pública do Distrito Federal.

Destruição no centro de Brasília

Aos gritos de “faxina geral” e ao som do Hino Nacional, bolsonaristas ocuparam a Esplanada dos Ministérios, na tarde deste domingo (8/1), em protesto contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições 2022.

Por volta das 14h40, extremistas invadiram o Congresso Nacional sob uma chuva de bombas de gás lacrimogênio. Em seguida, conseguiram passar pelas barricadas da Polícia Militar do Distrito Federal e entrar no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.

Vidraças, cadeiras e mesas dos dois prédios públicos foram quebradas (veja fotos do interior do Palácio do Planalto depredado). Funcionários do Congresso Nacional que estavam de plantão foram ameaçados.

O último alvo dos manifestantes extremistas foi o Supremo Tribunal Federal (STF). O prédio do órgão do Judiciário foi invadido por volta das 15h45.

“Deus está do nosso lado e vai jogar todo o gás pra eles de volta”, disse um dos manifestantes enquanto tentava invadir a Corte. “A polícia está com nós. A PM liberou para gente ficar aqui”, afirmou um bolsonarista.

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