Tentando suprir o déficit de profissionais de saúde da prefeitura, o prefeito Tião Bocalom assinou nesta quinta-feira (12) o projeto de lei que autoriza a contratação de pelo menos 263 novos servidores para atuarem nas unidades básicas de saúde de Rio Branco, de forma provisória.
Entre as contratações estão 58 médicos, de todas as especialidades, como pediatria e psiquiatria, 28 dentistas, 29 enfermeiros e 30 técnicos de enfermagem. O PL prevê ainda a contratação de nutricionistas, fisioterapeutas e farmacêuticos.
Após o vencimento dos contratos anteriores, a prefeitura ficou com um déficit enorme de profissionais. A forma emergencial e mais fácil encontrada pela equipe foi a contratação provisória de prestadores de serviços.
Em relação aos médicos, principal gargalo da saúde de Rio Branco, o prefeito Tião Bocalom disse que o aumento no salário dos profissionais, que agora receberão mais de R$ 16 mil, irá resolver o problema enfrentado nas unidades básicas.
“Os médicos ganhavam muito pouco e nenhum queriam trabalhar pela prefeitura. A população sofria bastante”, disse.
O Ministério Público do Acre questionou a forma de contratação do PL aprovado pela Câmara Municipal. Em relação ao posicionamento do MP, Bocalom disse que tudo segue dentro da lei.
“O MP está questionando e nós estamos respondendo. É natural, é a função deles fiscalizar”.
A secretária de Saúde de Rio Branco, Sheila Andrade, disse que as contratações têm um prazo de 6 meses e poderão ser renovadas por mais 6, quando a prefeitura deverá realizar o concurso público. Além disso, Sheila informou que a infraestrutura das unidades também será prioridade. “Esse mês vamos abrir 6 frentes de trabalho para reforma e ampliação das unidades”.
Concurso Público
O prefeito Tião Bocalom informou que deverá abrir concurso público para as áreas de saúde no final deste ano. Segundo ele, a contratação provisória e emergencial desses profissionais, além de suprir a necessidade da população, deverá dar tempo para que a prefeitura organize o certame.
“Não posso ser irresponsável e abrir concurso só para ganhar votos. Preciso verificar o orçamento da prefeitura para não prejudicar a nossa gestão e nem as próximas. Devemos cumprir o que está na Lei de Responsabilidade Fiscal”, explicou.
Bocalom disse ainda que um concurso demanda tempo e preparo. “Um concurso desse tamanho demora mais de 1 ano para ser feito, precisamos contratar uma empresa e a população não pode esperar esse tempo todo, por isso decidimos contratar dessa forma. Foi uma saída encontrada”.
Segundo o prefeito, as novas contratações dos 263 profissionais custará R$ 30 milhões por ano aos cofres da prefeitura. Bocalom disse que, com o concurso e com as contratações efetivas, o gasto passará de R$ 40 milhões, por isso sugere cautela.
De acordo com a lei assinada nesta quinta-feira (12), é previsto que a prefeitura seja obrigada a realizar o concurso após a vigência dos contratos. Bocalom disse que a partir de março deste ano, a prefeitura deverá se preparar para organizar o processo do concurso público.