A acreana Marina Silva faz sua estreia internacional como ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do governo de Luiz Inácio Lula da Silva na semana que vem, ao participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Ela teve sua viagem autorizada pelo presidente e vai representar o Brasil no evento ao lado do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também irá ao Fórum Econômico Mundial.
Marina Silva participará do primeiro debate público organizado na edição deste ano do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, abordando as mudanças climáticas e os desmatamentos na Amazônia. Ela vai falar na segunda-feira (16), logo depois das festividades do evento de abertura, que acontece meia hora antes.
O debate com a participação de Marina tem o título de “Em Harmonia com a Natureza”. Na descrição oficial do Fórum Econômico, o painel foi proposto porque “as alterações climáticas são uma realidade inegável. Os estilos de vida atuais e as práticas organizacionais precisam mudar se esperamos restaurar a saúde do planeta e proteger o bem-estar das gerações atuais e futuras”.
O Fórum Econômico Mundial vai durar a semana inteira, e dar início a ele com uma discussão sobre mudanças climáticas mostra a importância que os organizadores dão ao tema.
O painel será moderado por Alois Zwinggi, diretor administrativo do Fórum e contará com outros quatro palestrantes: Gail Whiteman, professor de Sustentabilidade na University of Exeter; Emily Rhinow, uma jovem escoteira suíça; Hindu Oumarou Ibrahim, presidente da Associação de Mulheres e Povos Indígenas do Chade e Jenny Davis-Peccoud, um dos sócios de uma empresa de sustentabilidade e responsabilidade social.
Marina Silva vai repetir que o novo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está determinado a defender o meio-ambiente e acabar com o desmatamento da Amazônia até 2030. Ela também vai tentar mostrar que investir na preservação das florestas é um bom negócio para executivos, autoridades e investidores presentes ao Fórum Econômico.
Em entrevista à TV Brasil, a ministra afirmou que o país vai precisar buscar recursos internacionais para poder pagar pela preservação do meio-ambiente. “Vamos buscar doação da filantropia. Quando estive no Egito, me reuni com altos representantes da filantropia global e alguns virão ao Brasil para negociar aporte de recursos”, disse ele à TV.
Marina se referia à sua participação na COP27, em novembro passado, em Sharm el-Sheik, no Egito. Ela e o então presidente eleito Lula conversaram com autoridades de vários países sobre formas de ajudarem o Brasil a preservar a Amazônia.
Um dos países interessados em contribuir para preservar as florestas brasileiras é o Reino Unido. O governo britânico confirmou recentemente que estuda ingressar no Fundo Amazônia. Trata-se de um fundo financiado pela Alemanha e pela Noruega para preservação da floresta amazônica.
O fundo foi congelado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e foi destravado já no primeiro dia de governo de Lula. A entrada do Reino Unido já está sendo negociada com os governos da Alemanha e da Noruega, além do Brasil, e deve gerar mais recursos para combater o desmatamento.