O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vivendo em Orlando, na Flórida, Estados Unidos desde o último dia 30 de dezembro, já se prepara para voltar ao Brasil, informaram, na manhã desta quarta-feira (25), as principais agências de notícias do país. O retorno, no entanto, ainda não tem data definida. Definido só mesmo a condição do ex-presidente; a de enfermo.
Segundo o Blog do Noblat, no portal Metrópoles, o principal objetivo da viagem era evitar uma possível prisão do ex-presidente, e não a entrega da faixa presidencial a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1º de janeiro. Para isso, não seria preciso sair do país.
De acordo com o colunista, Bolsonaro planejava voltar ao Brasil nos braços de seus apoiadores, aclamado como a principal força da oposição neste início de governo Lula e com seus apoiadores na rua, manifestando-se contra a falsa manipulação da eleição, tão divulgada por ele. Mas dois fatos levaram a concluir que o cálculo dera errado.
Os dois acontecimentos, no entanto, desagradaram os bolsonaristas e fizeram com que o presidente perdesse força mesmo entre seus apoiadores: a fuga para os Estados Unidos e a frustrada tentativa de golpe no último dia 8, com as depredações em Brasília.
Não pegou bem para o ex-presidente o fato de ter deixado o país enquanto tantos apoiadores passavam maus bocados nas ruas, em acampamentos golpistas. Também teve repercussão contrária os episódios de violência ocorridos nos prédios dos Três Poderes no início do ano. Bolsonaro foi considerado líder intelectual da tentativa de golpe e foi criticado mesmo por aqueles que o apoiavam.
Em meio a estes episódios frustrados, as notícias da péssima herança deixada pelo antigo governo repercutiram mal e escancararam os desmandos da gestão de Bolsonaro. O caso sobre o envolvido possível genocídio entre os Yanomanis, em Roraima, é outro fator que desagrada bolsonaristas país, afora com as imagens e notícias chocantes de que os recursos com os quais o governo deveria assistir aos indígenas, boa parte foi repassada a ONGs de evangélicos com a missão de catequizar seres humanos que morriam de fome e à mingua. Outro fator negativo foi a descoberta de gastos exagerados com o cartão corporativo da presidência.
Já sem o mesmo apoio de antes e temendo uma possível prisão, Bolsonaro utilizaria a condição de enfermo para retornar ao Brasil nas próximas semanas, informou Ricardo Noblat, citando suas próprias fontes. Mais uma vez, a justificativa será a facada levada em Juiz de Fora, Minas Gerais, ainda na campanha eleitoral de 2018. A tendência é de que o ex-presidente passe por uma nova operação para corrigir lesões causadas por aquele episódio.