A cor do amor, o vermelho, promete ser também a cor da fúria para o 2023 da Ferrari. A escuderia italiana trouxe ao mundo, neste dia de São Valentim (dia dos Namorados no hemisfério Norte, o Valentine’s Day), o SF-23, carro desta temporada da Fórmula 1. A tonalidade segue sendo o rubro tradicional, como tem sido nas últimas 73 temporadas, mas com toques de preto. Carlos Sainz e o vice-campeão de 2022 Charles Leclerc permanecem como titulares, e estavam presentes no lançamento ao lado de Frederic Vasseur, novo chefe do time. Presentes e, pelo que demonstraram, enamorados pelo novo carro rubro-negro.
– Nosso “namorado” é nosso novo carro – disse Leclerc na apresentação do novo modelo da ferrari.
Meet SF-23, #Tifosi!
Introducing our 2023 challenger 🏎 #SF23 pic.twitter.com/O9uNS7mAIC
— Scuderia Ferrari (@ScuderiaFerrari) February 14, 2023
Vasseur, recém-chegado ao comando da escuderia, não poupou elogios à equipe de engenheiros e construtores que desenvolveram a nova Ferrari, que aponta para o futuro, mas flerta com o passado e com sua história ao esticar o F de Ferrari até o pingo do i, como antigamente.
– Estou muito satisfeito com a aparência do carro. Adoro a cor vermelha e o ‘longo f’ que se estende pela asa traseira, lembrando-nos de nossa herança – destacou Vasseur: – É sempre emocionante para uma equipe fazer o lançamento. Minha contribuição é muito pequena neste, mas posso sentir perfeitamente o trabalho feito no carro. Agora será uma nova jornada para o projeto, pois o carro passará para a equipe de corrida. É uma ótima sensação; quando você está de volta aos trilhos, é como quando você está de volta à escola.
A Ferrari conquistou o título de pilotos pela última vez há 15 anos, em 2007, com Kimi Raikkonen, e o de construtores em 2008. Para o dirigente, uma das palavras de ordem parece ser motivação.
– Posso sentir que todos estão muito orgulhosos do trabalho feito e esse sentimento é muito importante para a motivação de todos e para a temporada. Vai ser uma temporada bastante longa, mas a motivação está lá e é crucial em termos de desempenho – declarou.
Novo carro da Ferrari para a temporada 2023 — Foto: Reprodução Twitter
A maior meta do time, que protagonizou três disputas pelo título nas últimas dez temporadas, ainda é vencer o campeonato. Porém, Vasseur terá como grande desafio arrumar a casa e solucionar as fraquezas da escuderia, responsáveis por eclipsar a velocidade e a boa execução do carro de 2022.
– Nosso objetivo é vencer o campeonato, o que não será uma tarefa fácil, pois nossos concorrentes terão exatamente o mesmo objetivo em mente. Temos que trazer a mentalidade certa conosco e sempre trabalhar para sermos melhores amanhã do que somos hoje – incentivou.
Novo carro da Ferrari para a temporada 2023 — Foto: Reprodução Twitter
O raio-x da escuderia aponta que, em 2022, só oito corridas de um total de 22 transcorreram sem problemas. Erros individuais de Sainz e principalmente Leclerc, então candidato ao título contra o bicampeão Max Verstappen, pesaram. De igual modo, erros em estratégia e quebras comprometeram o ano da equipe, que não foi capaz de superar a atual pentacampeã RBR.
Leclerc disputará sua sexta temporada na F1 e a quinta pela equipe italiana, mantendo o status de primeiro piloto considerando sua vantagem sobre Sainz, em 2022. O monegasco detém cinco vitórias na carreira e 18 poles positions, além de ter faturado o vice-campeonato mundial no último ano.
Novo carro da Ferrari para a temporada 2023 — Foto: Reprodução Twitter
No entanto, o piloto de 25 anos ainda precisa amadurecer, fugindo de erros evitáveis em pista e trabalhando sua autonomia nas decisões dentro do carro. Sainz, por sua vez, terá que se provar dentro da equipe.
Depois de superar o “piloto da casa” em 2021, seu primeiro ano como um ferrarista, o espanhol decaiu no último campeonato e viu o colega protagonizar a briga pelo título – enquanto o próprio foi apenas quinto colocado no Mundial de pilotos.
Em termos numéricos, entretanto, o piloto de 28 anos mostra potencial; repetiu sua melhor colocação da carreira (até então um 5º lugar, em 2021) e fechou 2022 com três poles e uma vitória, encerrando jejum de quase uma década sem triunfos da Espanha na F1. Ele disputa em 2023 sua nona temporada na categoria.
Mecânicos da Ferrari esqueceram o pneu traseiro esquerdo de Sainz no GP da Holanda — Foto: REUTERS/Christian Bruna
Os problemas do último campeonato levaram ao limite a gestão do engenheiro italiano Mattia Binotto, no comando da equipe desde 2019. A Ferrari recebeu seu pedido de demissão e convocou para a vaga Frederic Vasseur.
O francês chefiou a Alfa Romeo até o ano passado e que trabalhou com Leclerc, então estreante na F1 em 2018 pelo time. Sob o comando de Vasseur, o time ítalo-suíço saltou da vice-lanterna do campeonato de construtores de 2021 para o sexto lugar no Mundial em em 2022.
A F1 retorna em 5 de março com o GP do Bahrein. Veja calendário completo.